terça-feira, 9 de julho de 2013







Visita do papa Francisco pode unir católicos contra “avanço evangélico”

Especialistas dizem que Igreja católica enfrenta desafios por causa do relativismo e o sucesso do pentecostalismo.
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Este mês ocorrerá a aguardada visita do papa Francisco ao Brasil. Ele participará da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Entre os especialistas há o consenso que a Igreja Católica do Brasil (e de toda a América Latina) enfrenta sérios desafios que estão resultando na constante perda de fieis.
As lideranças católicas precisam tentar oferecer respostas às necessidades do povo, como o combate à pobreza e o debate sobre questões sociais que surgiram com força na política, como a legalização do aborto e do casamento gay. Um grande desafio é o catolicismo deixar de ser uma religião “declarativa” e possa voltar a ver um compromisso real de seus fiéis com o que ela ensina.
O padre Pedro Gilberto Gomes, professor na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul, explica: “Quando você é apenas declarativo, você pode mudar de religião de acordo com o momento em que está vivendo, em busca de respostas mais rápidas e concretas”.
Numa análise teológica, o professor Francisco Borba, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, credita o sucesso dos evangélicos pentecostais porque conseguiram criar uma “ponte entre o místico e o material” de um modo mais direto e concreto que a Igreja Católica. “Para a Igreja Católica, o que muda a sociedade é o comportamento dos cristãos, a mudança não vem de Deus”, explica.
Ele diz que no Brasil ainda é forte na Igreja Católica o chamado “cristianismo popular”. Embora tenha como figura principal Jesus Cristo, essa variação do cristianismo é marcada pelo desconhecimento dos ensinamentos do magistério romano e uma série de sincretismos, uma vez que no Brasil há forte presença de sincretismo e da influência das religiões afro-brasileiras.
Sendo assim, os especialistas percebem que a maioria da população, apesar de muitas vezes se denominar católica, não tem uma vida ativa dentro da Igreja.
Segundo o último censo feito pelo IBGE em 2010, 64,6% da população se considerava católica, contra 73,6% em 2000. O Brasil ainda é o país que abriga o maior número de católicos do mundo. Enquanto isso, os evangélicos passaram de 15,4% em 2000 para 22,2% em 2010. Contudo, esse rápido declínio é visto também no México, segundo país que mais abriga católicos, onde a queda do número de fieis foi de 88% para 83% da população. Lá os evangélicos também cresceram, mas não na mesma velocidade.
A visita do papa Francisco, que é argentino e conhece bem a realidade dos católicos sul-americanos, é “agenda” para tentar fazer com que a Jornada Mundial da Juventude una os católicos do país.
“Existe um novo modo de relacionamento (com os fiéis) que o papa Francisco está tocando e com isso ele poderá realmente trazer um pouco mais de ânimo para os católicos no Brasil, que ultimamente estavam com a autoestima baixa, em muito por causa dos grandes escândalos.”, acredita o professor Gomes.
A visita papal também deve reforçar os preceitos do documento final da Conferência de Aparecida, realizada em 2007. Na ocasião, um dos redatores foi o cardeal Jorge Mario Bergoglio, o atual papa. O texto tem uma forte mensagem evangelizadora, prega que a Igreja vá até o povo, em vez de esperar que o povo vá à Igreja.  Só assim seria possível enfrentar as grandes crises da Igreja, incluindo o avanço dos evangélicos e os escândalos de abusos sexuais. Com informações Último Segundo.




 

Pastor escreve carta ao Papa Francisco contra gastos com a JMJ

Líder de São Paulo afirma que igrejas evangélicas reunirão 1 milhão de fiéis no Rio contra O Papa.
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Pastor escreve carta ao Papa Francisco contra gastos com a JMJ 
Pastor escreve carta ao Papa Francisco contra gastos com a JMJ
 
Na última quinta-feira (4) o pastor Juanribe Pagliarin fundador e presidente da Comunidade Cristã Paz e Vida em São Paulo, escreveu uma carta aberta destinada ao Papa Francisco criticando os gastos públicos com a vinda do pontífice e pedindo que o Vaticano reembolse os valores aplicados pelo Governo para a recepção do líder Católico.
A carta do pastor foi divulgada após repercussão da notícia de que líderes das principais igrejas evangélicas preparam uma manifestação no Rio de Janeiro para o fim de semana de 20 e 21 de julho, véspera da chegada do Papa Francisco à cidade. As informações foram negadas pelo pastor Abner Ferreira, líder da principal igreja no Rio, a Assembleia de Deus em Madureira.
Na ocasião Abner afirmou ser contra qualquer tipo de manifestação que vise perpetuar qualquer tipo de discriminação e preconceito ou intolerância religiosa.
Porém, na carta divulgada pelo líder da Paz e Vida são expostas diversas críticas sobre a importância gasta com segurança, infraestrutura e recursos para receber o Papa no Brasil. Pagliarin tenta conscientizar a liderança católica demonstrando o número de casas que poderiam ser construídas para abrigar os pobres no país: 12 mil, segundo o líder.
“Como as Igrejas evangélicas no Brasil não recebem benesses oficiais desse vulto (no máximo, o governo municipal, estadual e federal colabora com palco e som para os nossos eventos), as lideranças evangélicas consideram isto um privilégio injusto e inaceitável. Por isso, estão se preparando para uma grande manifestação de repúdio na cidade do Rio de Janeiro, dois dias antes de seu evento. Esta manifestação pretende reunir mais de um milhão de vozes, e levará o nosso povo a um inédito choque entre católicos e evangélicos”, afirmou Pagliarin.
Pagliarin sugere que o Papa anuncie que o Banco do Vaticano irá devolver os valores investidos para sua vinda e orienta o pontífice a anunciar isso “antes de vir”. Também explica que esta seria uma atitude justa que “repercutirá favoravelmente no mundo todo”.
“Antes de vir, anuncie que o Banco do Vaticano reembolsará os 120 milhões ao governo brasileiro. Além de ser uma atitude justa, já que “católicos devem patrocinar católicos”, repercutirá favoravelmente no mundo todo, ainda chocado com a prisão do Monsenhor Nunzio Scarano, acusado de desviar 20 milhões de euros do banco da sua Igreja (cerca de 58 milhões de reais)”, comenta.
Chamando Francisco de “sua santidade” o pastor também pede que o Papa venha ao Brasil e “anuncie somente Jesus”. Pagliarin relembra que em 2001 diversos cardeais entregaram a João Paulo II um relatório que sugeria uma pregação que exaltaste Cristo e por não serem ouvidos o Papa passou constrangimento

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