Flávio Samihá 7 horas ·
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A VERDADE NUNCA FOI TÃO INÚTIL!
Por Flávio Sami
Antigamente eu era o primeiro a dizer: Não gosto de política! Não
entendo nada de política e nem quero entender! Na política só existe
“devassidão”. Mas como dizem: “Deus trabalha certo por caminhos
misteriosos”. Com o passar dos tempos, aprendi que gostar ou não gostar
de política é indiferente, pois ela acontece em todos os lugares e afeta
diretamente nossas vidas, goste você ou não!
Estamos
presenciando nos últimos dias, acontecimentos inexplicáveis em nossa
cidade, ou melhor, explicáveis até demais. Toda a verdade veio à tona,
todos os crimes foram provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já
aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados,
julgados, mas será que a impunidade mais uma vez vai prevalecer?
O governo do nosso município, sem duvidas, é psicopata! Seus membros
riem da verdade, viram-lhe as costas, seguem depositando suas esperanças
nefastas em manobras processuais utilizadas por advogados especialistas
em adiamentos e chicanas, tudo para manterem-se no poder. Dizem: “ah!
nosso líder político foi condenado por apropriação indevida de recursos
públicos, mas e daí, sempre foi assim mesmo, isso é normal, nossos
advogados irão recorrer até o “Vaticano” se preciso for. Quando todos os
recursos, enfim, se esgotarem, nosso mandato já terá sido cumprido.”
E assim seguem zombando da moralidade e da inteligência do povo. A
verdade se encolhe humilhada num canto. E o pior é que esse líder
político, amparado em sua imagem de ‘povo’, consegue transformar a razão
em vilã, as provas contra ele em acusações ‘falsas’, sua condição de
culpado em ‘vítima’! E parte da população engole tudo amordaçada. Como
isso é possível?
Simples: o Judiciário paralítico acolhe todos
os crimes na fortaleza das lentidões, nos inúmeros recursos da lei
processual brasileira e promove a impunidade. Só daqui a alguns anos,
quem sabe, serão julgados todos esses recursos. Contudo, os delitos
serão esquecidos, empacotados, prescritos. A Lei protege os crimes e
regulamenta a própria desmoralização. Faz-nos duvidar se o crime
realmente não compensa! Jornalistas, blogueiros e formadores de opinião
sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não
se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder
da mentira desse governo.
Quanto à verdade, bem, a verdade
nunca foi tão visível, porém, a verdade não se impõe. E o pior é que
isto não é uma situação inédita na história do nosso município! Claro
que a mentira sempre foi à base do sistema político, infiltrada no
labirinto da dicotomia político-partidária que paira na atmosfera de
nossa cidade, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no
entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!
E isso tudo não é
culpa da política, mas da politicagem. Entenda-se por politicagem a
malandragem que deturpa essências. É o mentiroso que travestido com a
roupa da verdade, oculta sua lepra moral. É o falso sorriso que envenena
o olhar de quem o acolhe. É o oportunista incoerente que manipula as
informações empunhando a espada da razão só para conseguir sombra e água
fresca (poder, status e dinheiro). O politiqueiro é um ladrão de
sonhos, um gigolô de desejos, um estelionatário das emoções.
Quando a doença da politicagem entra em metástase o primeiro a definhar é
o voto. Aquele eleitor sincero, que sonha com um país honesto e digno é
simplesmente assaltado em sua alma, tem seus olhos ofuscados pelas
luzes dos espetáculos que os magos da politicagem promovem, e sabem qual
o ápice do show? Isso mesmo, lesar o patrimônio publico, sumir com o
dinheiro do povo, confundir a opinião pública, e depois, bom, depois é
só dividir alguns cargos com aloprados e seus familiares, montar uma boa
equipe de politiqueiros para defender e explicar o inexplicável, e
pronto, a sorte esta lançada!
Política é (um pouco) diferente.
Nela cabem alguns honestos (note: alguns!) A política é uma arte, e como
toda arte exige talento – e talento é para poucos. A verdadeira
política é ambiente de vocacionados, nunca de aproveitadores. É lugar de
se trabalhar com projeções, responsabilidade, respeito, honestidade,
esperança e justiça social.
O que acompanhamos há décadas em
João Câmara/RN e no Brasil, é muita politicagem, e pouca política. Muita
ilusão, e pouca verdade. É o voto como barganha, negociação pífia.
Moeda de troca. É o politiqueiro em sua irritante mania de achar que
pode dispor da população e de seu voto como bem entender, que faz de seu
mandato um passeio pela terra da falta de vergonha.
Se todos
nós aprimorássemos a nossa consciência cidadã antes mesmo de votarmos,
acredito que muitos politiqueiros seriam descartados e enterrados em
suas próprias covas de mediocridade. Quem sabe um dia a política vença a
politicagem, até lá que Deus nos ajude...
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