terça-feira, 9 de julho de 2013

Flávio Samihá 7 horas · 

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A VERDADE  NUNCA  FOI  TÃO  INÚTIL!

Por Flávio Sami

Antigamente eu era o primeiro a dizer: Não gosto de política! Não entendo nada de política e nem quero entender! Na política só existe “devassidão”. Mas como dizem: “Deus trabalha certo por caminhos misteriosos”. Com o passar dos tempos, aprendi que gostar ou não gostar de política é indiferente, pois ela acontece em todos os lugares e afeta diretamente nossas vidas, goste você ou não!

Estamos presenciando nos últimos dias, acontecimentos inexplicáveis em nossa cidade, ou melhor, explicáveis até demais. Toda a verdade veio à tona, todos os crimes foram provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, julgados, mas será que a impunidade mais uma vez vai prevalecer?

O governo do nosso município, sem duvidas, é psicopata! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, seguem depositando suas esperanças nefastas em manobras processuais utilizadas por advogados especialistas em adiamentos e chicanas, tudo para manterem-se no poder. Dizem: “ah! nosso líder político foi condenado por apropriação indevida de recursos públicos, mas e daí, sempre foi assim mesmo, isso é normal, nossos advogados irão recorrer até o “Vaticano” se preciso for. Quando todos os recursos, enfim, se esgotarem, nosso mandato já terá sido cumprido.”

E assim seguem zombando da moralidade e da inteligência do povo. A verdade se encolhe humilhada num canto. E o pior é que esse líder político, amparado em sua imagem de ‘povo’, consegue transformar a razão em vilã, as provas contra ele em acusações ‘falsas’, sua condição de culpado em ‘vítima’! E parte da população engole tudo amordaçada. Como isso é possível?

Simples: o Judiciário paralítico acolhe todos os crimes na fortaleza das lentidões, nos inúmeros recursos da lei processual brasileira e promove a impunidade. Só daqui a alguns anos, quem sabe, serão julgados todos esses recursos. Contudo, os delitos serão esquecidos, empacotados, prescritos. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Faz-nos duvidar se o crime realmente não compensa! Jornalistas, blogueiros e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.

Quanto à verdade, bem, a verdade nunca foi tão visível, porém, a verdade não se impõe. E o pior é que isto não é uma situação inédita na história do nosso município! Claro que a mentira sempre foi à base do sistema político, infiltrada no labirinto da dicotomia político-partidária que paira na atmosfera de nossa cidade, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!

E isso tudo não é culpa da política, mas da politicagem. Entenda-se por politicagem a malandragem que deturpa essências. É o mentiroso que travestido com a roupa da verdade, oculta sua lepra moral. É o falso sorriso que envenena o olhar de quem o acolhe. É o oportunista incoerente que manipula as informações empunhando a espada da razão só para conseguir sombra e água fresca (poder, status e dinheiro). O politiqueiro é um ladrão de sonhos, um gigolô de desejos, um estelionatário das emoções.

Quando a doença da politicagem entra em metástase o primeiro a definhar é o voto. Aquele eleitor sincero, que sonha com um país honesto e digno é simplesmente assaltado em sua alma, tem seus olhos ofuscados pelas luzes dos espetáculos que os magos da politicagem promovem, e sabem qual o ápice do show? Isso mesmo, lesar o patrimônio publico, sumir com o dinheiro do povo, confundir a opinião pública, e depois, bom, depois é só dividir alguns cargos com aloprados e seus familiares, montar uma boa equipe de politiqueiros para defender e explicar o inexplicável, e pronto, a sorte esta lançada!

Política é (um pouco) diferente. Nela cabem alguns honestos (note: alguns!) A política é uma arte, e como toda arte exige talento – e talento é para poucos. A verdadeira política é ambiente de vocacionados, nunca de aproveitadores. É lugar de se trabalhar com projeções, responsabilidade, respeito, honestidade, esperança e justiça social.

O que acompanhamos há décadas em João Câmara/RN e no Brasil, é muita politicagem, e pouca política. Muita ilusão, e pouca verdade. É o voto como barganha, negociação pífia. Moeda de troca. É o politiqueiro em sua irritante mania de achar que pode dispor da população e de seu voto como bem entender, que faz de seu mandato um passeio pela terra da falta de vergonha.

Se todos nós aprimorássemos a nossa consciência cidadã antes mesmo de votarmos, acredito que muitos politiqueiros seriam descartados e enterrados em suas próprias covas de mediocridade. Quem sabe um dia a política vença a politicagem, até lá que Deus nos ajude...

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