domingo, 16 de junho de 2013


Política

Queda na popularidade de Dilma é alerta para 2014


Lutando contra a inflação e acelerar o crescimento do PIB, a presidente se vê em meio a problemas com a basee ainda precisa neutralizar adversários


redação

Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento dos Planos Setoriais na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em Brasília
Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento dos Planos Setoriais na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff se elegeu sem ter jamais disputado uma eleição, manteve a popularidade a despeito de seguidos escândalos de corrupção e demonstrações de ineficiência administrativa. Agora, no 30º mês de governo, um elemento novo passou a afetar diretamente o seu apoio entre a população: a inflação. Dos temas que levam alguém a decidir se dá ou não sua confiança a um político, a economia costuma ser o número um. E dentre os temas econômicos, a inflação está entre os que mais diretamente influenciam a avaliação de um governo.

Pesquisa divulgada na última semana pelo Instituto Datafolha mostra que a avaliação do governo piorou: a aprovação caiu de 65% para 57% em três meses. E que, no cenário eleitoral de 2014, a vantagem de Dilma Rousseff não é incontestável. Isso está longe de significar um cenário apocalíptico. Dilma ainda desfruta de índices de aprovação superiores aos dos dois antecessores no mesmo período do governo. Ela também tem ampla vantagem na intenção de voto. Mas o cenário de incertezas na economia e a ausência de perspectiva de grandes realizações nos próximos meses tornam o cenário nebuloso. Além disso, na eleição de 2014 Dilma deve ter três adversários competitivos: Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, tem potencial para tirar votos da petista no Nordeste. Marina Silva (Rede) é popular em grandes centros urbanos. E o senador Aécio Neves (PSDB) é o favorito para levar os dois maiores colégios eleitorais do país, Minas Gerais e São Paulo.

Economia se torna mico de governo - Desde que assumiu o poder, em 2011, Dilma, graduada em Economia, não conseguiu colher os louros de um crescimento robusto, tal como seu antecessor. O melhor desempenho registrado até o momento foi em seu primeiro ano de mandato, quando o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu 2,7% - número considerado decepcionante à época. De lá para cá, a cada divulgação do PIB, surge uma nova frustração. No ano passado, o crescimento não passou de 0,9%. E, dado o ‘pibinho’ do primeiro trimestre de 2013 (avanço de 0,6%), as expectativas para o acumulado deste ano não são as mais animadoras.

Contudo, como o baixo crescimento (ainda) não afetou o avanço do mercado de trabalho, seus efeitos não pesam tanto sobre a avaliação positiva da presidente como o antigo vilão conhecido dos brasileiros: a inflação. Ela tem sido, nos últimos meses, um pesadelo de Dilma e da equipe econômica. Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, tocou o teto da meta no acumulado de 12 meses, de 6,5%, apesar de ter apresentado leve desaceleração na comparação com o mês anterior. No início do ano, o IPCA chegou a estourar a meta.

O problema, que vem sendo apontado desde 2010, último ano do governo Lula, e negligenciado pelo governo Dilma, só ganhou importância no seio do Palácio do Planalto depois que uma emblemática escalada no preço do tomate devolveu a inflação ao repertório de assuntos das famílias, no primeiro trimestre deste ano. “A inflação está trazendo desconforto para a população”, diz o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola. “Esse é um flagelo que a sociedade brasileira não tolera mais.”

Contudo, a subida de juros – remédio necessário para conter a inflação, mas impopular porque afeta diretamente o consumo – veio em momento tardio. Conforme argumentou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em evento nesta semana, apenas a subida da Selic não será suficiente para deter o avanço do IPCA. “É preciso um ajuste fiscal”, disse FHC. Para o economista e ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, o remédio tardio terá de vir em doses mais fortes - e nocivas politicamente. “A alta da Selic para 9,0% ou 9,25% até o final do ano não vai mexer na inflação. O governo não fez a lição de casa”, diz.

Retomar o tripé macroeconômico, contudo, não será tarefa fácil – sobretudo porque a presidente não reconhece as decisões erradas tomadas ao longo do governo e relega ao cenário externo a culpa pelos males que atingem a economia do país. Segundo Gustavo Loyola, a combinação da política de juros, câmbio flutuante e ajuste fiscal se mostrou vencedora no governo FHC e deve voltar a ditar os rumos econômicos. “Foi o que levou o Brasil para um patamar melhor nos anos 1990 e 2000. O país precisa ainda retomar a agenda de reformas”, comenta.

A política fiscal é outro assunto que tem afetado a credibilidade de Dilma e da equipe econômica – sobretudo para o mercado internacional. Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu a perspectiva da nota de crédito do país de “estável” para “negativa”, o que pode implicar em rebaixamento do rating de crédito. Ainda que essa decisão não tenha grande peso para o eleitorado de Dilma, ela afeta diretamente a imagem do país em relação aos investidores. Com a imagem arranhada, ficará cada vez mais difícil para o governo atrair investimentos privados necessários para que a economia retome fôlego e volte a crescer em breve.

Para o ex-secretário-executivo da Fazenda Bernard Appy, a popularidade de Dilma não foi mais afetada porque o nível de emprego ainda é alto. “O baixo crescimento ainda não afetou na taxa de emprego, porque o setor de serviços ainda continua contratando, mas isso pode ser mudar”, explica.

Sobre a questão fiscal, Appy indica que o erro do governo é a falta de transparência. “Há uma perda de transparência na forma como a política fiscal vem sendo gerida, devido aos ajustes do superávit primário”, pontua. “Nos últimos anos viu-se também um uso muito grande de recursos do Tesouro para financiar os custos correntes. A medida não é de todo ruim e pode ser defensável em casos de desaceleração da economia. Mas é preciso indicar qual será a trajetória da dívida bruta do país, ou seja, é preciso ser transparente.”

Política - Além dos percalços na economia, a presidente tem enfrentado problemas com o Congresso. Por razões diversas, mas todas ligadas à falta de articulação política do Planalto, partidos aliados passaram a se comportar de maneira cada vez menos fiel. Indiretamente, esses atritos prejudicam a popularidade da presidente porque atrapalham a aprovação de propostas que o Planalto considera importantes. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a MP dos Portos e o Orçamento de 2013 - aprovado apenas em fevereiro deste ano.

Variações de popularidade são comuns ao longo dos mandatos. Também é comum a colheita de dividendos eleitorais no último ano de gestão, com a inaguração de obras e a consolidação de programas importantes. A presidente, entretanto, parece não ter cartas na manga para 2014. "A gente sabe que ela não tem tempo de inaugurar obras porque as obras não estão sendo realizadas. Não há tempo de ela inaugurar empreendimentos como a transposição do rio São Francisco", diz o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

O cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, afirma que o governo ainda não tem uma marca que conquiste o eleitorado - apesar de programas como o Brasil Sem Miséria. "Dilma vai ter de inventar uma outra bandeira", afirma. Um sinal de que o eleitor, embora aprove a presidente não se entregou incondicionalmente a ela vem da já mencionada pesquisa Datafolha: 73% da população diz ainda não ter escolhido seu candidato pra 2014.

Reação - A queda de popularidade não pode ser atribuída ao desleixo da presidente com sua imagem. Pelo contrário: desde o começo do ano, ela intensificou o anúncio de medidas de apelo popular, passou a viajar mais pelo país, aumentou sua exposição nas cadeias de rádio e TV e passou a discursar mais vezes, e por mais tempo, em eventos da Presidência - o que garante exibição no noticiário.

A estratégia de Dilma, moralmente questionável, é comum na política brasileira. Ao mesmo tempo em que ela embarcava na campanha antecipada, Aécio Neves e Eduardo Campos, também ocupantes de cargos públicos, faziam o mesmo. E por isso a queda na popularidade da presidente pode servir como um alerta importante: o recuo ocorreu exatamente no período em que Dilma crescia em exposição nos meios de comunicação.

Os petistas dizem que tudo está sob controle. "Em 2009 o PIB diminuiu, a presidente tinha 4% nas pesquisas e José Serra tinha 45%. Isso não significa nada", diz o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também faz pouco da queda de popularidade: "Pesquisa sobe e desce. É da vida. O mais importante é o trabalho e o resultado do trabalho frente à situação que temos no mundo e no Brasil."

Mas são claros os sinais de que o governo recebeu os números com preocupação. Já na primeira aparição pública depois da divulgação das pesquisas, Dilma Rousseff usou uma obviedade para enfatizar sua disposição em impedir o avanço da inflação: "Não há a menor hipótese de que o meu governo não tenha uma política de controle, de combate à inflação", disse ela, que também criticou duramente o que acredita serem "Velhos do Restelo" - pessimistas que torceriam contra sua gestão.

De qualquer forma, como mostram as pesquisas de popularidade, o jogo eleitoral é uma guerra defensiva em que a política é apenas parte do campo de batalha enfrentada por Dilma Rousseff. Em 2014, quanto mais incertezas houver na economia, mais difícil vai ser convencer o eleitor a dar mais quatro anos de mandato à chefe do Executivo.





16/06/2013

A vaia de espantar Nelson Rodrigues mostrou a Dilma a cara do Brasil real


Atualizado às 15h45

“Para Dilma Rousseff, mal começou a descoberta do Brasil real: foi só a primeira vaia”, avisou em 30 de abril a última frase do post sobre a punição sonora sofrida pela presidente em Campo Grande. Se tivesse ouvido a advertência, ela nem passaria perto de campos de futebol. Como só ouve marqueteiros e áulicos, que tentam promover a rainha uma supergerente de araque, apareceu no estádio Mané Garrincha, em Brasília, pronta para oferecer aos súditos uma chance de ovacioná-la. Deu no que deu.
Dilma desconfiou que deveria ter ficado em casa quando a multidão soube que estava por lá: a vaia começou. Intensificou-se quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, mencionou seu nome. E se tornou espessa, unânime, estrondosa, feroz quando o supercartola teve a má ideia de perguntar aos quase 70 mil torcedores onde estavam “o respeito e o fair play”.
Blatter só conseguiu duplicar os alvos da manifestação de descontentamento e elevar em incontáveis decibéis o som da hostilidade. Submetida  a uma vaia de espantar Nelson Rodrigues, Dilma achou melhor cancelar a leitura do discurso escrito por algum comparsa menos impiedoso com a língua portuguesa. Sempre vergastada por apupos devastadores, que ampliaram notavelmente a teia de vincos escavados na carranca, limitou-se a declarar aberta a Copa das Confederações.  .
Se a primeira vaia ninguém esquece, a segunda pode ser especialmente dolorosa. Num coro ininterrupto, dezenas de milhares de brasileiros mostraram a cara do país real, destruíram monumentos ao embuste esculpidos por pesquisas encomendadas, ressuscitaram a verdade assassinada e comunicaram a Dilma que a insônia crônica chegou.
Ela vai atravessar a madrugada deste domingo (e muitas outras) remoendo as lembranças do péssimo sábado. E tratará de pulverizar os demais compromissos que assumiu como presidente do País do Futebol. Falar coisas ininteligíveis para plateias amestradas não provoca efeitos colaterais nem tem contra-indicações. Sabujos só sabem bater palmas.
A Seleção ganhou do Japão, a torcida perdeu de vez a companhia da Primeira Torcedora. (E de Lula, claro: ainda traumatizado pela vaia do Maracanã no Pan-2007, ele acabou de ver pela TV o que o espera caso resolvga estacionar num estádio o palanque ambulante). Para o Brasil que presta, o sábado foi muito animador.
É cedo para saber se o time de Felipão vencerá a Copa das Confederações. Mas os farsantes no poder nunca mais esquecerão a derrota desmoralizante, definitiva, irreversível. E logo aprenderão que é só o começo.






ENTREVISTA

Lênio Streck: 'A PEC 37 é feita para punir os acertos do Ministério Público'


Procurador de Justiça do Rio Grande do Sul e autor de diversas obras jurídicas afirma que a emenda constitucional para impedir o Ministério Público de investigar é uma tentativa de enterrar investigações contra políticos no Brasil

                      

"Até as pedras sabem que a exclusividade da polícia geraria um enorme prejuízo de qualidade nas investigações"

No próximo dia 26, a Câmara dos Deputados colocará em votação, com ou sem acordo, segundo o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a emenda constitucional número 37, que pretende tirar do Ministério Público o poder de conduzir investigações criminais. Se for aprovada, a emenda colocará o Brasil numa infausta lista que reúne Quênia, Uganda e Indonésia, países onde o Ministério Público é amordaçado. Para o procurador de Justiça do Rio Grande do Sul Lenio Streck, professor da Scuola Dottorale Tulio Scarelli, em Roma, e da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, a medida é uma tentativa de enterrar investigações sobre políticos. “O Ministério Público é pago para defender interesses públicos que historicamente serviram a uma minoria. Contrariar esses interesses é fazer inimigos”, disse ao site de VEJA.


A tese da exclusividade da polícia nas investigações, conforme prevê a PEC 37, prejudicaria órgãos que se dedicam à apuração de ilícitos penais, incluindo a Receita Federal e o Banco Central. Quantos processos poderiam ser paralisados? É difícil falar em números. Talvez fosse melhor falar em déficit qualitativo. A história nos mostra que Banco Central, Tribunal de Contas e outros órgãos são fundamentais na apuração dos crimes do “andar de cima” da sociedade. Esse talvez seja o principal problema que a PEC 37 parece querer esconder. Não há nenhum indicativo que o combate aos crimes do colarinho branco e similares venha a ser melhorado pela PEC. Ao contrário: até as pedras sabem que a exclusividade da polícia geraria um enorme prejuízo de qualidade nas investigações.

O MP frequentemente investiga parlamentares e é muito comum que ele apresente denúncias contra deputados e senadores. A aprovação da PEC poderia ser uma retaliação às investigações que incomodam? O Ministério Público cometeu erros nestes 25 anos. Todos cometem erros. Mas a PEC 37 é feita para punir os acertos do Ministério Público. O Ministério Público é pago para defender interesses públicos que historicamente serviram a uma minoria. Contrariar esses interesses é fazer inimigos, por assim dizer. Quem acusa não agrada aos réus ou potenciais réus. O que me intriga é o Brasil querer ser comparado a Uganda e Indonésia. Se todos buscamos inspiração no direito constitucional alemão, escrevemos centenas de teses imitando os alemães e espanhóis, por que é que na investigação criminal queremos imitar o país de Idi Amin Dada [ex-ditador de Uganda]?

O que diz a PEC 37

A PEC define como competência "privativa" da polícia as investigações criminais ao acrescentar um parágrafo ao artigo 144 da Constituição. O texto passaria a ter a seguinte redação: "A apuração das infrações penais (...) incumbe privativamente às polícias federal e civis dos estados e do Distrito Federal." 

  1. O que diz a Constituição:A legislação brasileira confere à polícia a tarefa de apurar infrações penais, mas em momento algum afirma que essa atribuição é exclusiva da categoria policial. No caso do Ministério Público, a Constituição não lhe dá explicitamente essa prerrogativa, mas tampouco lhe proíbe. É nesse vácuo da legislação que defensores da PEC 37 tentam agora agir. 
  2. Votação:
    As propostas de emenda à Constituição, como a PEC 37, tem um regime diferenciado de votação e, para serem aprovadas, exigem quórum mínimo de 3/5 de votos favoráveis do total de membros da Casa (308 votos na Câmara e 49 no Senado) e apreciação em dois turnos tanto na Câmara quanto no Senado.

O STF utilizou extensivamente as investigações que o MP fez do escândalo do mensalão e acabou condenando 25 pessoas. Com a aprovação da PEC, casos de sucesso como esses serão raros? Podem acabar? O mensalão é uma pedra no sapato dos defensores da PEC 37. Se não fosse o Ministério Público, processos dessa envergadura não teriam chegado a esse patamar. Historicamente, pode-se dizer que la ley es como la serpiente, solo pica a los descalzos [a lei é como a serpente, só pica os descalços]. Os poderosos sempre se livram dos rigores da lei penal, porque usam “botas”. A PEC 37 apenas alonga o cano das botas dos poderosos. Mexer com a estrutura das instituições é algo que faz que você pague por esse acerto depois. Toda vez que o MP acerta, ele cria um déficit de simpatia. É inexorável que o Ministério Público vá fazer inimigos, porque nosso histórico é de que não vai dar em nada.

O MP tem dado preferência às investigações de algum tipo de crime específico? As pessoas dizem que o Ministério Público escolhe o que investigar. Isso é verdade na medida em que ele tem como missão defender os interesses coletivos. Veja os crimes contra a administração pública: quer algo mais nefasto do que a corrupção? Proibir o MP de investigar crimes contra a administração pública é acabar com o MP, torná-lo um órgão burocrático. É evidente que, potencialmente, o Ministério Público deve tutelar os interesses coletivos. Não vamos querer o MP priorizando a investigação de crimes de índole individual.

Defensores da PEC 37 alegam que a Constituição não é clara na definição dos poderes de investigação do MP. Existe, no caso da PEC, uma tendência ou cultura de se valer de termos vagos para se tomar decisões de conveniência? Os que dizem que a Constituição não permite ao MP investigar estão em contradição, pela simples razão de que, se assim fosse, não haveria a necessidade da PEC 37.  No mais, sempre é perigoso aplicar um drible hermenêutico nos dispositivos “incômodos” da Constituição.

As polícias, principalmente as estaduais, penam com falta de recursos. Mas o MP também têm milhares de investigações atrasadas ou paralisadas. Como lidar com o cenário de as duas instituições terem problemas básicos? Veja como o problema é estrutural. E por que isso se resolveria com a exclusividade da investigação policial? Seguramente 90% dos crimes de furto, roubo e estelionato só funcionam porque há flagrante. Onde não tem auto de prisão em flagrante não se investiga porque a polícia não tem estrutura. Não somos nenhum modelo de combate à impunidade e à corrupção no mundo. Temos de melhorar. Não podemos piorar.

Nenhum governo quis viabilizar o controle externo da polícia. Por que ninguém se propôs a fazer isso? O problema no Brasil é histórico. A nossa sociedade é patrimonialista. Historicamente o direito penal tem servido para condenar os pobres. Há uma nítida relação entre a investigação do Ministério Público e o risco que os poderosos sofrem. Não há uma conspiração, mas há um certo arranjo, uma confluência de interesses para que o MP seja retirado da investigação.

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Máfia do Asfalto

A ‘máfia do asfalto’, desarticulada em abril de 2013 após uma ação anticorrupção do Ministério Público em doze estados brasileiros, era especializada em desvios nos contratos de pavimentação e recapeamento de asfalto em 78 municípios do noroeste de São Paulo. Dezenove pessoas foram denunciadas pelo órgão por formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraudes em licitações. A Justiça aceitou a denúncia e decretou a prisão de treze envolvidos.
As obras públicas recebiam recursos dos Ministérios do Turismo e Cidades, e o esquema de fraudes era centralizado pela empreiteira Demop, que possui mais de trinta empresas parceiras, muitas delas de fachada e todas pertencentes à família Scamatti. Relatórios da operação mostraram que os acusados tinham tentáculos no meio político, sendo citados em escutas telefônicas deputados federais e estaduais de partidos como o PT e o PSDB.











 
 




Brasil mostra tua cara


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24 Momentos dos protestos em São Paulo que você não verá na TV


 

A intenção desse post não é dizer o que é certo e errado, dizer como um ou outro lado deve agir, mas só mostrar o outro lado da moeda, aquele que os noticiários na TV que falam dos “vândalos” não vão mostrar, aquele diferente do que a tendenciosa Veja mostra, dos policias heróis que salvam a cidade em perigo.

Bem, na TV  você não vai ver:



01. A matéria do jornalista Elio Gaspari (O Globo) que afirma que a Polícia começou o confronto armado.





02. E se preferir uma segunda opinião para acreditar, a jornalista da Band que confirma que a polícia começou a violência.




03. Quando os policias começaram a atirar na imprensa, mesmo ela se identificando:




04. A conversa presenciada em plena Avenida Paulista (na manifestação de terça) POR MIM, QUE VOS ESCREVO, ao sair do Conjunto Nacional em direção à minha casa:




 

05. O policial que foi filmado quebrando O P-R-Ó-P-R-I-O vidro da viatura.




É isso mesmo que vocês leram e viram. O policial quebrou o vidro da viatura dele para culpar manifestantes.

06. As bombas de gás lacrimogênio vencidas há 3 ANOS, que como o próprio fabricante diz: OFERECEM PERIGO SE FORA DA VALIDADE.





07. O jornalista da Carta Capital que foi preso porque estava carregando vinagre na mochila. VI-NA-GRE. É PROIBIDO CARREGAR VINAGRE AGORA?





08. Quando a Tropa de Choque jogou bombas e atirou em manifestantes na calçada por gritarem “SEM VIOLÊNCIA”.




Vídeo aqui.

09. Aliás, gritar “SEM VIOLÊNCIA” já era motivo para você levar tiro, mesmo que estivesse na calçada (sem atrapalhar o trânsito) e sem destruir nem agredir fisicamente nada nem ninguém:


10. Esse perigoso manifestante que tem uma ameaçadora flor. Vai que é uma flor bomba minha gente?





11. O promotor esquentadinho preso no trânsito que disse que se os manifestantes que estavam atrapalhando o dia dele fossem mortos, ele arquivaria o inquérito policial:




Diz ele que estava apenas extravasando.


12. A repórter da Folha, Giuliana Vallone, que foi atingida no olho.




Trabalhando, e tentando ajudar pessoas perdidas na rua, Giuliana levou um tiro na cara.


13. A mensagem compartilhada entre os manifestantes incentivando o protesto na paz e como se defender sem em caso de ação violenta da polícia.




14. Os relatos de pessoas que viram policias arrastando pessoas feridas para fora do hospital.


17. O casal que apanhou às 22h40 (bem depois da manifestação), porque tinham participado dela e agora estavam em um bar.




É isso mesmo, olha aqui a matéria.

18. A professora que não tinha nada a ver com a manifestação, só estava passando, e ao tentar passar longe da confusão levou um tiro na

19. A excelente pontaria da Tropa de Choque. (PS: os manifestantes que tentaram ajudar o senhor também levaram tiro!)




20. O rapaz que mostra que os jovens cansaram de protestar do sofá.





21. O jornalista Pedro Ribeiro, perigosíssimo hein, que precisou apanhar e ser contido por SETE policias.





22. RESUMINDO: jornalistas e cinegrafistas se dando muito mal. Porque essas pessoas que estão ali só para trabalhar, e cobrir a manifestação, representam um grande perigo para a sociedade, hein?




23. E esse tapa de luva em todo mundo que reclama que tá fazendo barulho na hora da novela.




24. E se você não leu esse texto ainda, precisa saber que não são só sobre os 20 centavos as manifestações.


25. O relato da amiga Dani Cruz que tentou participar de um protesto pacífico e nem chegou lá, ainda por cima sofreu com o abuso de poder deles:

26. O pessoal que levou tiro dentro de casa. Sim Pessoas em prédios que foram alvejadas PORQUE ESTAVAM FILMANDO. Critério para que né Brasil

27. E os policiais que insistem em cumprir o seu dever com muita ética, como no vídeo abaixo:




PS: NÃO EXISTE ESSA DE PAGAR DIREITO AUTORAL PARA POLICIAL! Você pode filmá-lo SIM! Ele está representando o Estado e você está fiscalizando o trabalho dele. Policiais NÃO PODEM OBSTRUIR A IMPRENSA, seja ela independente ou não.

28. Enfim, 90% do que está sendo publicado no FERIDOS NO PROTESTO SP.


Concluindo:

É triste ver a polícia exercendo esse abuso de poder com tanta falta de preparo em manifestações populares. Mas nos resta vibrar, pois apesar de estarmos vivendo uma época em que os responsáveis pela manutenção da ordem, que deveriam ter uma conduta ética e serem profissionais agindo conforme A LEI e não conforme A EMOÇÃO E A RAIVA, agem de forma desordenada e ilegal, estamos vivendo a era da informação, na qual nós blogueiros estamos aqui para espalhar a notícia para o mundo, época em que qualquer pessoa é um reporter, basta sacar um celular. A informação não é mais unilateral, ninguém precisa engolir os absurdos da Veja ou de qualquer outro veículo que se recusa a dar voz aos dois lados, que não legitima o poder da população por lobby e interesses políticos de poucos. Acabam virando motivo de chacota ao tentarem editar uma matéria que todo mundo sabe que foi diferente.

Quanto mais os policiais agem de forma indevida, mais a população vai se revoltar. E mais ainda virá pela frente.

Ah se todos os policiais fossem assim:






Pediatria

Desenvolvimento cerebral é melhor entre crianças que foram amamentadas

Pesquisa observou que o aumento do volume de uma importante região do cérebro foi maior entre crianças que foram exclusivamente amamentadas em comparação com aquelas alimentadas com leite em pó

Amamentação: Exclusividade do leite materno na alimentação de bebês é melhor para o desenvolvimento cerebral deles, diz estudo
       
Amamentação: Exclusividade do leite materno na alimentação de bebês é melhor para o desenvolvimento cerebral deles, diz estudo (Thinkstock)
Um novo estudo da Universidade Brown, nos Estados Unidos, acrescentou mais evidências de que o aleitamento materno é melhor para o desenvolvimento do cérebro do bebê do que as fórmulas de leite em pó ou até mesmo a sua combinação com a amamentação.
Os autores da pesquisa chegaram a essa conclusão após analisar os exames de imagem do cérebro de crianças saudáveis que foram alimentadas de diferentes formas no início de suas vidas. As conclusões foram publicadas recentemente no periódico NeuroImage.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Breastfeeding and early white matter development: A cross-sectional study

Onde foi divulgada: periódico NeuroImage

Quem fez: Sean Deoni, Douglas Dean III, Irene Piryatinksy, Jonathan O'Muircheartaigh, Nicole Waskiewicz, Katie Lehman, Michelle Han e Holly Dirks

Instituição: Universidade Brown, Estados Unidos, King's College London, Grã-Bretanha

Dados de amostragem: 133 crianças de dez meses a quatro anos de idade

Resultado: Crianças que foram exclusivamente amamentadas pelo menos durante os seus primeiros três meses de vida apresentaram um maior desenvolvimento da massa branca do cérebro, região associada à coordenação motora, linguagem e comunicação. Isso em comparação com crianças alimentadas com fórmula ou com a combinação de fórmula e leite materno. Além disso, quanto maior o tempo durante o qual crianças foram amamentadas, maior o desenvolvimento cerebral.
Os pesquisadores realizaram exames de ressonância magnética para acompanhar o desenvolvimento cerebral de 133 crianças de dez meses a quatro anos de idade que foram, ao menos nos três primeiros meses de vida, exclusivamente alimentadas com leite materno; exclusivamente alimentadas com fórmulas industrializadas; ou alimentadas com uma combinação das duas opções. Nenhuma dessas crianças apresentou problemas neurológicos ou outras complicações ao nascer.
Região fundamental — A equipe avaliou o aumento do volume da massa branca do cérebro, área envolvida no processamento das emoções, atenção, tomada de decisão, coordenação motora, controle cognitivo e comunicação. Para isso, comparou o tamanho dessa região dos participantes mais novos com o dos mais velhos de cada grupo e estabeleceu a trajetória de crescimento da massa branca do cérebro.
Segundo o estudo, quanto maior a prevalência de leite materno e menor a de leite em pó na alimentação dos bebês, maior o crescimento dessa região cerebral. E, de acordo com a pesquisa, esse maior crescimento foi associado a um melhor desempenho das crianças em testes que elas realizaram de desenvolvimento motor, acuidade visual e linguagem.

Duração — A equipe também concluiu que o aumento do volume da massa branca do cérebro foi maior entre bebês que foram amamentados durante mais de um ano do que entre bebês amamentados por menos tempo.
De acordo com Sean Deoni, coordenador do estudo, outras pesquisas já haviam associado o aleitamento materno a benefícios ao desenvolvimento cerebral do bebê. Mas esses trabalhos avaliaram somente o comportamento das crianças, e não as imagens do cérebro delas, como fez o seu estudo. “Estamos percebendo que a diferença [no volume da massa branca] pode ser de 20% a 30% entre bebês alimentados exclusivamente do leite materno e crianças que não foram amamentadas. Acho que é muito surpreendente que exista tanta diferença tão cedo”, diz Deoni.
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Quanto o bebê deve mamar?

A orientação geral é bastante simples: a demanda é livre. Segundo especialistas, fica a cargo do bebê decidir o quanto ele deve mamar, já que a criança se guia pela própria fome. De acordo com Márcia Regina da Silva, do Hospital e Maternidade São Luiz, a única orientação é que a mulher não fique sem amamentar a criança por mais de quatro horas e nem amamente antes de uma hora e meia da última mamada. “Se ele pedir antes desse tempo mínimo é porque, provavelmente, não foi amamentado corretamente antes”, diz.

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