POLÌTICA
Derrota de Larissa Rosado não é bom prenúncio para Henrique
A insatisfação do povo com acordão em Mossoró pode se estender ao estado, e vai acontecer também em João Câmara com a insatisfação da população local ao prefeito Vavá que apoia Henrique
Acredito que a derrota da candidata do PSB Larissa Rosado, nas eleições suplementares deste domingo, “não foi um bom prenúncio” para a candidatura do deputado federal Henrique Eduardo Alves ao governo do Estado. “Tanto é que Henrique apoiou ativamente Larissa Rosado. E a derrota de Larissa Rosado não foi um bom prenúncio para Henrique Alves”.
Na minha visão a insatisfação do eleitor com o chamado “acordão” em Mossoró poderá gerar forte recusa à candidatura do peemedebista a governador. “Pode ser que a insatisfação que veio a se manifestar em Mossoró possa se manifestar também na eleição estadual; uma recusa, por exemplo, a uma candidatura que parece ser imposta, o que seria a candidatura de Henrique Alves”. Acredito que com a confirmação da eleição do prefeito interino Fransisco José Júnior (PSD), significará a vontade popular “driblando” a farta judicialização do pleito e a vontade por algo novo. “Eu acho que o eleitor está um pouco cansado disso, está querendo algo novo, quer driblar essa situação, e o nome de Francisco José aparece como um nome que não tem essas amarrações que as outras candidaturas têm ou tinham, a candidatura de Larissa e a candidatura de Cláudia Regina”.
Neste sentido, segundo ele, “há insatisfação geral do eleitorado com essa situação (judicialização), querendo afirmar sua independência votando em um candidato novo, um nome politicamente novo que não tem essas amarrações que as outras candidaturas têm”. Ele diz que a pesquisa de intenção de voto que deu maioria de mais de 30 mil votos ao prefeito interino captou um fenômeno real. “Essa insatisfação do eleitorado, tanto com a extrema judicialização, quanto com o quadro definido em Mossoró. Aí já estaria apelando para lideranças novas”.
“Acordão pode não ser assimilado pelo povo”
Ainda segundo tambem diz o ex-vereador Antônio Marcos na TOP FM a chapa que terá o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e a vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), poderá encontrar dificuldades junto ao eleitorado. “Em primeiro lugar porque dá a impressão de algo que em um passado bem recente não foi assimilado, que é a ideia de um acordão, de um chapão. E se isso colar nessa chapa pode trazer prejuízos”..
“Outra dificuldade seria convencer o eleitorado mais afinado com o PMDB e com o PSB a aceitar essa aliança, que é um dado novo e geralmente o eleitor reage com uma certa desconfiança, o que pode motivar as atitudes das lideranças locais, pode trazer dificuldades”.
O presidente da Câmara dos Deputados e a vice-prefeita de Natal são os principais nomes do chamado acordão, com Henrique disputando o governo e Wilma, o Senado Federal. Para mim, a disputa Wilma versus deputada federal Fátima Bezerra (PT) promete ser acirrada. Já a competição entre Henrique e o vice-governador Robinson Faria (PSD), segundo ele, poderá ser desequilibrada.
“Eu acho que no momento a disputa Wilma-Fátima é uma disputa mais acirrada, mais equilibrada. E Robinson-Henrique é uma disputa menos equilibrada, mais favorável a Henrique. Mas isso pode mudar quando a campanha eleitoral começar”. “Esse é o cenário que eu acho mais provável: você ter uma eleição mais competitiva para o Senado do que para o Governo do Estado. Mas, de repente, as duas podem se tornar competitivas também”.
FINANCEIRO
A minha avaliação quanto à força financeira da campanha de Henrique, e o efeito deste fator numa disputa com uma campanha mais modesta, como a de Robinson, terá reflexos diretos advindos da resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quanto à proibição ou não de doações privadas.
“Eu vejo a candidatura do deputado Henrique como uma candidatura aparentemente muito forte, uma ampla coligação partidária, a inclusão da vice-prefeita Wilma de Faria na coligação é um dado eleitoral muito importante. Ao que tudo indica essa coligação vai agregar apoios econômicos importantes. A não ser que a resolução, a decisão do TSE proíba as doações empresariais, a chapa vai ser economicamente forte também”
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“Existem motivos para o impeachment de Rosalba”
Quanto ao impeachment da governadora Rosalba Ciarlini, afirmo que, para além do pedido do Movimento Articulado de Combate à Corrupção (MARCCO), “existem motivos suficientes para impeachment da atual governadora”.
“Eu não sei o que é que a população espera dos deputados. A população está extremamente insatisfeita com a administração Rosalba. Existem, para além desses motivos alegados pelo MARCCO, motivos suficientes para se pleitear o impeachment da atual governadora. Inclusive, um processo que estava ocorrendo, apurando prováveis desvios de verbas na área da saúde em Mossoró, há um caos administrativo, enfim, eu acho que motivação para isso há”.
Apesar disso, vale lembrar que a aprovação da matéria será, em última análise, uma decisão política da maioria dos membros do Poder Judiciário. “Nós sabemos que uma proposta como essa passa por um crivo político que não é o mesmo da população, não é necessariamente a avaliação da população. Acho difícil que passe”.
O MARCCO, na minha visão, é uma instituição da sociedade civil que tem certa respeitabilidade, mas não tem ampliação da sociedade civil. “Reúne algumas instituições que estão ligadas ao Judiciário, não é tão representativa assim da sociedade civil. Há pleitos ali que são corporativos, não interessam à sociedade de forma geral”, destaco a “disputa corporativa entre Ministério Público, Governo do Estado, Tribunal de Justiça e Governo do Estado”, o que não interessa à população.
“Agora, eu acho difícil que saia (o impeachment), porque há interesses políticos outros”, salientando que o vice-governador Robinson Faria “não tem mais o controle da Assembleia”: “Acho que não interessa à candidatura de Henrique Alves, por exemplo, que Robinson assuma o Governo do Estado. Portanto eu não vejo muita possibilidade de isso (impeachment) prosperar, embora motivos haja, embora a insatisfação da população com o governo poderia dar respaldo ao impeachment”. “Há, nessa questão de negar o impeachment, principalmente arranjos políticos visando, o que os deputados também têm interesse, visando a sua reeleição. Talvez isso não coincida com a questão do impeachment. O impeachment pode ser prejudicial ou pretensamente prejudicial aos interesses eleitorais dos próprios deputados”.
“É interesse do DEM governadora fora da disputa”
Sobre a situação política da governadora Rosalba Ciarlini, destaco o interesse do DEM, no sentido de que a chefe do executivo não saia candidata à reeleição. “Eu acho que o interesse do partido é que a governadora não se candidate à reeleição. Tanto o senador José Agripino quanto como muitas outras lideranças nacionais do DEM têm deixado muito claro que a prioridade nesse processo eleitoral é nas eleições proporcionais”.
No Rio Grande do Norte, em particular, “a governadora é extremamente impopular, a candidatura dela não traria nenhum aporte ao partido, não seria positivo para o partido, não coincide com os interesses eleitorais do partido, não coincide com as pretensões do próprio senador José Agripino, que tem a intenção de manter essa própria aliança com o PMDB”, diz, finalizando: “Portanto eu acho improvável que a candidatura da governadora possa vingar”.
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