segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014


17/02/2014

Justiça

Genoino pede ao STF prisão domiciliar definitiva

Mensaleiro cumpre pena em regime domiciliar provisório devido a problemas cardíacos; nesta quarta-feira, ele pode voltar para a Papuda

Família de Genoino alugou uma casa numa área nobre de Brasília para ele cumprir a prisão domiciliar provisória
Família de Genoino alugou uma casa numa área nobre de Brasília para ele cumprir a prisão domiciliar provisória (Pedro Ladeira/Folhapress)
A defesa do ex-deputado José Genoino (PT) formalizou nesta segunda-feira pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para continuar cumprindo pena em regime domiciliar. Na quarta-feira, terminará o prazo de noventa dias concedido pelo ministro Joaquim Barbosa para que Genoino permaneça em casa. Condenado a seis anos e onze meses por corrupção ativa e formação de quadrilha, o petista tem problemas cardíacos e alega que a prisão domiciliar definitiva teria “caráter humanitário” devido ao seu quadro clínico.
“A natureza da prisão domiciliar não representa efetivamente nenhum beneplácito, mas uma modalidade de prisão”, disse a defesa de Genoino no pedido encaminhado ao STF. Para o mensaleiro, o retorno ao presídio da Papuda para cumprir pena em regime semiaberto – ele ainda recorre da condenação de quadrilha – “significa expor desnecessariamente o paciente a elevado risco de morte”, já que ele apresenta “altíssimo risco cardiovascular”.
De acordo com o advogado Luiz Fernando Pacheco, nem o sistema penitenciário do Distrito Federal, onde Genoino começou a cumprir pena, nem os estabelecimentos prisionais em São Paulo, onde mora sua família, têm condições de garantir tratamento adequado ao mensaleiro. “Levando em consideração o problema de saúde concreto – paciente idoso vítima de dissecção aguda da aorta, cumulada com outras intercorrências clínicas relevantes – que não possui paralelo exato nos sistemas penitenciários de São Paulo ou do Distrito Federal, bem como a situação específica do estabelecimento prisional (...) – o Centro de Internamento e Reeducação (CIR) – (...) outra não pode ser a conclusão senão a manutenção da prisão domiciliar anteriormente concedida”, afirmou o advogado.
O advogado diz que Genoino compareceu sete vezes ao médico neste ano.
No final de novembro, um laudo médico elaborado a pedido do ministro Joaquim Barbosa constatou que a prisão domiciliar “não é imprescindível” para o ex-presidente do PT. O estado de saúde do petista foi analisado por uma equipe de cardiologistas da Universidade de Brasília (UnB), segundo quem Genoino é “portador de cardiopatia que não se caracteriza como grave”. Na semana passada, porém, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em parecer sobre o caso, recomendou que Genoino permaneça mais noventa dias em prisão domiciliar e, ao final desse período, seja reavaliado pelos médicos.

Genoino foi submetido a uma cirurgia cardíaca em julho após ser detectada a dissecção da aorta. Depois de iniciar o cumprimento da pena, ele passou mal e recebeu autorização provisória para realizar tratamento em casa ou no hospital
 
.


Jovem é pendurado em carro e arrastado por 2 quarteirões no PA

Família acredita que rapaz foi agredido por ser homossexual.
Polícia está investigando o caso.

 
17/02/2014

Um jovem de 19 anos foi arrastado por um carro em Belém no último domingo (16). Segundo a família, ele pode ter sido agredido por ser homossexual. O crime aconteceu quando o rapaz voltava com uma amiga de uma boate no bairro de Nazaré.
Dois suspeitos abordaram a dupla e teriam convidado a garota para um passeio. O rapaz reagiu ao assédio sofrido pela moça e acabou sendo agredido pelos homens, que o agarraram no carro para arrastar a vítima pela rua.
O rapaz chegou a ficar pendurado pelo lado de fora do veículo por dois quarteirões. Após a agressão, ele ficou com o rosto e o braço bastante machucados. Nesta segunda-feira ele passou por exames no Instituto Médico Legal (IML).
A família fez boletim de ocorrência na Seccional de São Brás, que está investigando o caso. A polícia ainda não tem pistas dos suspeitos.

 

Suspeito é amarrado e agredido durante tentativa de roubo em MS

17/02/2014
 

o caso ocorreu em uma residência; suspeito foi rendido até chegada da PM.
Proprietário da casa agrediu criminoso e agiu por instinto, diz delegada.



Suspeito é rendido, amarrado e agredido durante tentativa de roubo em MS (Foto: Diovane Santos/Sidrolândianews)Suspeito invadiu residência e tentou roubar objetos
(Foto: Diovane Santos/Sidrolândianews)
Um homem de 38 anos foi amarrado depois de tentar roubar uma residência, no domingo (16), na rua Ponta Porã, em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande. Segundo informações da Polícia Civil, ele foi detido pelo dono da casa, que estava no local com a esposa e a filha, de 18 anos.

Conforme a delegada Débora Mazzola, o suspeito invadiu o imóvel e, ao tentar sair com vários objetos, foi flagrado pelo proprietário quando já estava no portão. A partir de então, os dois brigaram e a vítima conseguiu imobilizar e amarrar o homem em um poste da varanda da residência até a chegada da Polícia Militar (PM).
Ainda de acordo com a delegada, o suspeito ficou ferido após a briga. "A vítima agiu por instinto", afirmou Mazzola ao G1 nesta segunda-feira (17).

O criminoso, que já tinha passagens pela polícia, foi preso e vai responder por tentativa de furto. O caso será investigado pela Delegacia de Polícia Civil do município.
 
17/02/2014
 às 17:20 \ Cultura, Religião
 

Do estado laico ao antirreligioso

Notre Dame, que os jacobinos transformaram em “Templo da Razão”. Santa arrogância!
“O maior perigo de uma visão da história como um progresso infindável é a combinação tóxica de arrogância e auto-ilusão”. (D.A. Carson)
Antes de começar este texto, uma pequena confissão:, sempre valorizei o estado laico, a divisão entre estado e igreja tão cara a muitos “pais fundadores” americanos, inspirados no Iluminismo.
Dito isso, não posso ignorar que o pêndulo exagerou para o outro lado, como em quase todo o resto. O estado laico passou a se confundir com um estado antirreligioso, e a não intervenção das religiões nas questões estatais deu lugar ao excesso de intervenção do estado em assuntos religiosos.
Já mencionei em alguns textos o livro The Intolerance of Tolerance, do teólogo canadense D.A. Carson. Vou, uma vez mais, usá-lo como fonte de reflexões. Afinal, sua tese tem tudo a ver com o assunto em pauta: os “tolerantes”, em nome de sua “infinita” tolerância (na verdade, aprovação irrestrita), tornaram-se os mais intolerantes, especialmente com os religiosos.
Não é algo novo. Os jacobinos se julgavam detentores da Razão (assim mesmo, com R maiúsculo), e guilhotinaram vários padres, atacaram as igrejas e transformaram Notre Dame no “Templo da Razão”. Mexeram até no calendário. Falavam em nome da “ciência”. O resultado foi o Terror.
O mesmo para seus herdeiros bolcheviques: em nome da ciência, os ateus comunistas aboliram as religiões, e todos tiveram que aderir ao mesmo Deus: o estado. Milhões foram sacrificados no altar da utopia de um “mundo melhor” e da construção do “novo homem”: racional, abnegado, altruísta, e livre do preconceito religioso.
Pois bem: chegamos ao ponto em que o sujeito dizer “God bless you” (Deus lhe abençoe) após um espirro vira caso de justiça. Não pode haver uma cruz em locais públicos, muitos querem tirar a citação de Deus na moeda americana, nenhuma empresa pode mandar cartões com “Feliz Natal” pois pode ser ofensivo para os não crentes, e por aí vai.
A religião passou a ser vista como algo ruim, e em nome da tolerância, os “tolerantes” aceitam a liberdade religiosa, desde que restrita à esfera privada. Em outras palavras, o sujeito pode crer em Deus e em livros sagrados, mas só não pode levar suas crenças para o debate público, para a política, para sua visão moral de mundo.
Isso me parece um tanto absurdo. Afinal, de onde vem nossa moral? Ora, cada um terá uma resposta, e em tempos de relativismo moral exacerbado, vale tudo. Mas o fato é que só podemos desqualificar por completo valores morais advindos das tradições ou das religiões se assumirmos que é possível obter um código de valores morais estritamente racional, científico. Olha o perigo da Razão aí novamente, da “arrogância fatal” (Hayek), da intolerância dos “tolerantes” modernos.
Aborto, por exemplo, pode ou não pode? Alguém realmente pretende responder isso apenas com base na ciência? Boa sorte. Já vi gente inteligente chamar o feto humano de “parasita” usando exclusivamente a lógica. Como disse Karl Kraus, “Refreia as tuas paixões, mas toma cuidado para não dar rédeas soltas à tua razão”.
Os seculares assumem que sua visão moralista é superior, pois calcada na Razão, mas no fundo enfrentam dificuldades igualmente insolúveis para certos dilemas. Afinal, são dilemas morais não é à toa. Acabam sendo seletivos em sua “tolerância” ampla, adotando posturas muitas vezes contraditórias (toleram o chargista que faz desenho “ofensivo” de Maomé ou os muçulmanos intolerantes com tais charges pois não querem se sentir ofendidos?). Defendem uma agenda que se diz neutra, mas nunca o é.
Como estão convencidos de sua superioridade por conta da suposta neutralidade, tornam-se mais intolerantes com o passar do tempo. Assumem que automaticamente a postura secular garante maior tolerância, o que é uma falácia. Conheço ateus extremamente intolerantes (vide ATEA e todos os ateus militantes), e cristãos altamente tolerantes com pontos de vista divergentes.
E chegamos ao ponto central do texto: com essa convicção na própria superioridade, e com essa aversão às religiões (especialmente ao Cristianismo), os seculares acabaram criando não um estado laico, mas um estado antirreligioso sob um novo Deus, que é o próprio estado absolutista. Ele pode tudo, inclusive se intrometer nos assuntos estritamente religiosos.
Exemplo? O casamento religioso e a aceitação de padres gays deveriam ser assuntos decididos somente dentro da própria religião. O que o estado tem com isso? Se uma religião particular não quiser aceitar casamentos de homossexuais, isso não seria um direito seu? Se um bispo católico declarasse alguma pessoa impedida de receber a Comunhão em sua diocese, pelo motivo que fosse, e o estado interferisse, isso não seria uma quebra da separação entre estado e igreja? É intolerante a igreja que age assim dentro de suas próprias crenças, ou o estado que não tolera isso e invade sua liberdade para impor sua visão estreita de mundo?
Outro exemplo? Digamos que um médico cristão, que ainda por cima prestou o juramento de Hipócrates, não aceite, por crença pessoal, praticar a eutanásia ou um aborto. Será que o estado teria o direito de, em nome da “tolerância”, obrigá-lo a agir diferente, contra suas próprias convicções morais? Já há casos em países desenvolvidos, que permitem aborto e eutanásia, onde estas questões foram parar na Justiça, e a tendência é claramente contrária ao direito individual do médico. Pergunto: pode haver algo menos tolerante do que a coerção estatal impedir o direito de um médico de se recusar a “matar um bebê”, sendo esta sua crença mais íntima?
São questões, como podemos ver, bastante delicadas, complexas, que envolvem valores e direitos conflitantes. Haverá uma região cinzenta, principalmente quando crianças estiverem no meio. Pode um pai muçulmano, em pleno Ocidente, impor o uso da burca à sua filha, ou seu direito individual deve falar mais alto? Pode um pai se recusar a aceitar transfusão de sangue para a filha, pois ela é Testemunha de Jeová? E por aí vai.
Teremos, sem dúvida, uma enorme quantidade de casos sem resposta fácil. Mas o que eu gostaria de chamar a atenção, aqui, é dessa tendência cada vez mais intolerante dos modelos seculares, que parecem desejar varrer a religião do mapa, ou ao menos para um cantinho isolado e insignificante da individualidade do sujeito, sem levar em conta que essa crença pode, para ele, ser a coisa mais relevante do mundo, e que ele tem o direito de levar seus valores para o debate no espaço público.
Então, quem é o tolerante e o intolerante nessa confusão toda?
 
Juraci Ferreira  texto gentilmente cedido por Rodrigo Constantino
 
 
 
 
17/02/2014
 às 12:56 \ Cultura

Reflexões sobre a cultura do hedonismo e da promiscuidade

Fonte: Veja
Bacanal, orgia, troca-troca, vulgaridade, nada disso é novo. O que talvez seja novidade é a banalização destas práticas. Aquilo que existia no submundo ou fora dos holofotes, protegido pela hipocrisia moralista (que fosse), hoje virou motivo de orgulho, ou de autenticidade, de expressão legítima de nossos desejos.
Esta reflexão veio à mente quando vi a notícia no site da Veja sobre cena do BBB (o décimo-quarto, só no Brasil mesmo!). Trata-se de um “beijo triplo” entre os participantes. Não uso este caso isolado para tais reflexões, e sim como sintoma de uma tendência cada vez mais evidente, que denota o zeitgeist de nossos tempos hedonistas e promíscuos.
Sou jovem ainda (37), não sou religioso, e condeno o puritanismo autoritário ou o moralismo hipócrita de muitos. Dito isso, não posso ignorar os alertas feitos principalmente por pensadores conservadores acerca da degradação de valores morais em nossa sociedade. Como preservar certos valores e tradições morais, como a família, sem ser moralista? Eis o desafio homérico que se apresenta.
Mario Vargas Llosa, em seu livro A Civilização do Espetáculo, fala do assunto. Para o escritor peruano, pornografia é uma coisa, erotismo é outra, mais reservada, sutil, individual. Vivemos na era da pornografia escancarada, não do erotismo. As pessoas, um tanto mimadas e narcisistas, não aceitam mais que nada fique entre seus desejos mais primitivos e suas ações. Ética seria o freio entre uma coisa e outra. Hoje, isso está démodé, fora de moda.
Casas de swing lotadas, velhinhas simpáticas ensinando como usar direito vibradores na televisão, bailes funks com “trenzinhos” de sexo vistos como a coisa mais normal do mundo, paradas gays repletas de baixaria, enfim, vale tudo em nome da diversão, do aqui e agora, do carpe diem. Careta é aquele que encontra forças em algum lugar para barrar tais impulsos. Alguém fica surpreso com o consumo de drogas em alta acelerada?
A promiscuidade deixou de ser vulgar e passou a ser um estilo de vida amplamente aceito, ao menos nas rodas dos “formadores de opinião” da esquerda caviar – que, infelizmente, influenciam muita gente. Vejam a Preta Gil, por exemplo, que em entrevista recente disse ser muito “espontânea”, e isso é que teria despertado preconceito nas pessoas caretas e moralistas. Cantar “Dako é bom” na frente do próprio pai, então ministro do governo, é apenas ser “espontânea”, e não vulgar, desrespeitosa.
Disse há pouco que a promiscuidade deixou de ser vulgar. Minto. A vulgaridade é que passou a se impor como modismo, pois os vulgares chegaram ao poder. Quem ousa buscar valores morais nas tradições só pode ser um “reacionário”, um conservador, uma peça de museu, um chato de galochas que insiste em se meter na “busca da felicidade” dos demais.
Pergunto: encontram? Encontram a felicidade com tal estilo hedonista de vida? Então por que cada vez mais remédios antidepressivos sendo vendidos nas farmácias? Por que mais e mais drogas para atender à “pulsão de morte” dessas pessoas? Vejam o filme “Shame” e entendam o resultado prático de quem coloca no sexo voraz e irrestrito sua fonte de “felicidade”: a extrema infelicidade.
Em uma vida sem sentido, sem propósito decente e criativo, ou sem Deus (como diria Dostoiévski e muitos conservadores religiosos), cada um vai buscar uma “rota de fuga”. O hedonismo talvez seja a mais comum atualmente. Fulano está com uma hoje, amanhã com outra, depois com outro, aí com outros juntos em um tremendo bacanal, e haja promiscuidade para dar conta de tanto vazio espiritual!
O leitor acha que exagero, que pego um caso isolado e transformo em regra, extrapolando? Nem tanto, nem tanto. Basta ter olhos para enxergar que esta tem sido cada vez mais a norma. Talvez seja indesejável e impossível regressar aos anos “dourados” da era vitoriana. Talvez a repressão excessiva tenha ajudado a produzir este quadro, como em uma panela de pressão. Mas quem poderia negar que o pêndulo exagerou pailmenra o outro lado?
 
texto gentilmente cedido por Rodrigo Constantino

Nenhum comentário: