segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


Internacional

Igreja Católica

Papa pede nova atitude com filhos de homossexuais

No Vaticano, pontífice anunciou neste domingo a sua primeira viagem à Terra Santa entre os dias 24 e 26 de maio
por Redação — publicado 05/01/2014 10:57, 

Papa Francisco faz oração do Angelus diante da Praça São Pedro, no Vaticano
Papa Francisco faz oração do Angelus diante da Praça São Pedro, no Vaticano
"Do ponto de vista educacional, os casamentos homossexuais nos lançam desafios que às vezes compreendemos mal", disse o papa em um discurso à União Internacional de Superiores Gerais, no dia 29 de novembro, cujos trechos foram divulgados pela imprensa italiana apenas neste sábado 4.
"A quantidade de crianças escolarizadas cujos pais estão separados é muito alta", disse, acrescentando que, a estrutura familiar está mudando na atualidade. "Lembro do caso de uma menina que, com tristeza confessou à sua professora: 'a namorada da minha mãe não gosta de mim'", disse o papa, segundo os meios de comunicação.
O papa considerou que os educadores deviam se perguntar "como ensinar o Cristo a uma geração em transformação?". "Temos que cuidar para não lhes administrar uma vacina contra a fé", alertou.
Essa é a segunda vez que o pontífice faz um aceno aos homossexuais desde que assumiu o papado em março. Em julho, ele declarou: "Se alguém é gay e busca o Senhor com sinceridade, quem sou eu para julgá-lo?".
Em dezembro, a revista norte-americana The Advocate, consagrada à homossexualidade, destacou o chefe da Igreja católica como "a personalidade mais influente em 2013 na vida dos LGBT (lésbicas, gays, bi e transexuais)".
O papa convocou uma assembleia geral dos bispos, no próximo ano, para discutir a posição da Igreja em relação à família, na qual deverá ser debatido, entre outros problemas, o dos divorciados que voltaram a casar e dos filhos de pais separados.
Visita à Terra Santa Neste domingo 5, o pontífice anunciou sua viagem à Terra Santa durante a benção semanal no Vaticano. Francisco visitará, entre os dias 24 e 26 de maio, Jerusalém, Belém e Amã, a capital da Jordânia.
A visita é, até agora, a única viagem estrangeira programada para o papa em 2014.





Segurança   06/01/2014

Três são assassinados durante festa de Santos Reis em Arez

Dois irmãos e uma jovem foram mortos ao serem baleados no meio da multidão.



A polícia registrou um triplo homiídio, na madrugada desta segunda-feira (6), por volta das 2h30, durante a festa de Santos Reis que acontecia no centro da cidade de Arez. No momento em que uma banda iniciava sua apresentação, tiros foram disparados no meio da multidão.
Os tiros atingiram Alaisson Oliveira da Silva, de 20 anos, morreu no local, bem como o irmão dele, Lenilson Oliveira da Silva, de 17 anos, que também morreu na hora. Uma terceira pessoa foi atingida. Diana Emanuele Patrício de Lima, de 18 anos, chegou a ser socorrida, mas morreu ao dar entrada na unidade hospitalar de Nísia Floresta.
De acordo com informação da mãe de Alaisson e Lenilson, a senhora Lucimar de Oliveira, os filhos saíram da comunidade de Currais, em Nísia Floresta, para se divertirem na festa em Arez. A mulher relatou que chegou a pedir que os filhos não fossem, pois temiam que eles fossem assassinados.
Lucimar disse que, há quatro anos, ela havia perdido outro filho. "Eu sabia que ia acontecer alguma coisa se eles fossem, mas eles insistiram e foram. Eu estava dormindo, quando recebi a notícia". A mãe contou que, possivelmente, a mesma pessoa que matou o outro filho também tenha matado esses dois.
A reportagem do blog conversou com uma testemunha do triplo homicídio. Uma jovem, que pediu para não se identificar, disse que o homem que atirou estava com um grupo de amigos e atirou primeiro nos dois irmãos. Além dos três mortos, uma quarta pessoa foi baleada no ombro. A polícia realizou diligências, mas nenhum suspeito foi localizado.

Lucimar de Oliveira, mãe de dois dos três mortos em Arez
 


06/01/2014

Aposentado é morto a tiros e tem arma roubada em São José de Mipibu

Crime aconteceu no início da manhã desta segunda-feira.

O caminhoneiro aposentado José Paulo Cavalcante, de 73 anos, foi morto a tiros, no início da manhã desta segunda-feira (6), na cidade de São José de Mipibu. O crime aconteceu na rua Acácia Siaméia, onde a vítima estava caminhando em direção ao seu caminhão.
José Paulo foi surpreendido por um homem armado, que se aproximou dele e atirou várias vezes. A maioria dos disparos foi na cabeça e, com isso, a vítima caiu morta em via pública.
Populares informaram que José Paulo fazia aquele trajeto todos os dias e, por isso, a polícia acredita que a pessoa que o matou sabia da rotina do aposentado e ficou esperando o momento certo para agir.
Ainda não se sabe, no entanto, o que teria motivado o homicídio. Os policiais não conseguiram colher muitas informações sobre as características do suspeito. Ainda de acordo com a polícia, o homem assassinado estaria portando uma arma e a mesma foi roubada.





SECA  06/01/2014

Seca obriga moradores do RN a gastar Bolsa Família em água potável visitamos nove municípios que estão em 'colapso', sem água nas torneiras.

Moradores relatam sofrimento e temem ficar doentes ao beber a água.


Esta matéria é uma forma de mostrar ao povo de nossa região o sofrimento dos nossos irmãos por todo estado, em quanto os governos gastam rios de dinheiro em construções de estadios e em obras para beneficiar a copa, nosso povo passa o maior sofrimento e mesmo assim ainda paga por todo esse luxo que se monta em torno de um evento esportivo, que governo é esse? que vê o povo sofrendo e não toma uma medida concreta para acabar ou pelo menos amenizar o sofrimento de nossa gente? onde foi parar a sensibilidade de uma governante, mulher, mãe e Potiguar que é, que deixa seus irmãos chegarem a essa situação?
Esta mais do que na hora do povo do RN tomar conhecimento pela tv, radio, jornais,blogs, face e todos meios de comunicação, para que não sejamos enganados mais uma vez nas eleições que se aproximam.

Moradores de Ipueira, no Seridó potiguar, precisam fazer fila para conseguir água  (Foto: Anderson Barbosa/G1)Moradores de Equador precisam fazer fila para conseguir água 

O Rio Grande do Norte enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos, com estiagem que já dura mais de um ano em diversos municípios. A falta de água mudou a rotina de milhares de famílias carentes do sertão, que são obrigadas a gastar boa parte do dinheiro que recebem de programas sociais – como o Bolsa Família – para poder beber, cozinhar e tomar banho.
No dia 19 de setembro, a governadora Rosalba Ciarlini decretou "situação de emergência por seca" em 150 dos 167 municípios do estado. Em novembro, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) informou que nove municípios permanecem em colapso no abastecimento. A Caern admitiu que não tem condições de abastecer a cidade e suspendeu a emissão de faturas aos moradores.
Durante três dias,  percorrems o mais de 1.200 quilômetros de estradas de terra e asfalto para ver quais são as dificuldades enfrentadas pelos moradores de Ipueira, Carnaúba dos Dantas, Equador, São José do Seridó, Antônio Martins, Água Nova, João Dias, Pilões e São Francisco do Oeste. Além da morte de animais e da destruição de lavouras, foi possível ver que os moradores travam uma luta diária pela própria sobrevivência, em busca de água potável.
No domingo (1°), o "Fantástico" mostrou como funcionam os programas que combatem a seca no Nordeste com caminhões-pipa. O principal responsável pela distribuição no semiárido do Brasil é o Exército, que paga até R$ 15 mil mensais para cada um dos 6 mil pipeiros responsáveis por levar água a 835 cidades, em nove estados, para quase 4 milhões de pessoas. Só em 2013, o governo já gastou mais de meio bilhão de reais no programa. Em dois meses de investigação, a reportagem encontrou tanques imundos, água contaminada 
'Há dois anos só tomo banho de cuia'
Com o nível dos reservatórios muito baixos, a companhia estadual não consegue distribuir água em todas as cidades. Por conta disso, suspendeu a cobrança das contas em nove municípios, que dependem da chegada de caminhões-pipa. "Ninguém mais dá bom dia na rua. Primeiro a gente pergunta se tem água na caixa", disse a dona de casa Marina Medeiros, de 40 anos. Moradora de Ipueira, na região Seridó, ela busca água todas as manhãs nas caixas comunitárias abastecidas pelos caminhões.
A produtora de vendas Robéria Danielle Dantas, de 27 anos, mora em Carnaúba dos Dantas e conta que teve que readaptar a vida por conta da escassez de água. A maior mudança, segunda ela, é não ter conforto para tomar banho. "Não sei mais o que é tomar um banho decente. Há dois anos, só tomo banho de cuia."

Robéria Danielle Dantas há dois anos só toma banho de cuia (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Robéria 
Danielle Dantas há dois anos só toma
banho de cuia

Não sei mais o que é tomar um banho decente. Há dois anos só tomo banho de cuia"
Robéria Danielle Dantas,
promotora de vendas
Ana Santana acorda cedo e faz várias viagens até o chafariz da cidade para pegar água (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Ana Santana acorda cedo e faz várias viagens até o
chafariz atrás de água 

Essa água verde que eu pego é fedida. Mesmo assim, é com ela que eu cozinho, dou banho nos meninos e preparo a nossa comida"
Ana Santana,
dona de casa
Aguá servida para os moradores de Carnaúba dos Dantas, no Seridó do RN, é esverdeada e cheira mau (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Aguá servida para os moradores de Carnaúba é
verde e cheira mal
Nas cidades visitadas, o ouvimos várias histórias de sofrimento por conta da seca. Brigas e ameaças na disputa por um lugar na fila dos chafarizes públicos e das caixas d'água comunitárias já viraram casos de polícia. Sem água nas torneiras, o pouco líquido que restou em poços e barragens é barrento e tem mau cheiro, impróprio para o consumo humano. Quem se arrisca e bebe, adoece facilmente. Os mais frágeis, como crianças e idosos, sofrem com diarreia e desidratação.
O comércio de água é o único beneficiado. Há relatos de quem largou a profissão para vender galões e barris a moradores. O vaivém de caminhões e motocicletas adaptadas para transportar água já faz parte da paisagem há quase um ano. Quem tem cisterna também precisa gastar dinheiro para encher os reservatórios. Quem não tem improvisa com baldes e barris. Vasilhas decoram as calçadas.

Carnaúba dos Dantas

A primeira parada  foi em Carnaúba dos Dantas. A cidade fica na região Seridó, a 220 km de Natal. No caminho, a movimentação de carros-pipa já deu sinais do quanto a ajuda é necessária. A maioria dos veículos faz parte da Operação Pipa, programa de responsabilidade do Exército brasileiro.
Apesar de não tomar banho de chuveiro há dois anos, Robéria não é beneficiada pela Operação Pipa. Ela diz que a água trazida pelos militares não é boa para o consumo e que por isso prefere ligar para os entregadores e comprar a água que usa para beber, tomar banho e fazer as atividades domésticas, como lavar roupa, cuidar da limpeza da casa e cozinhar.
Esse não é o caso da dona de casa Ana Santana, de 45 anos. Mãe de três filhos, ela acorda cedo e faz várias viagens empurrando um carrinho de madeira até o chafariz público da cidade para pegar água. "Essa água verde que eu pego é fedida e não presta pra beber. Mesmo assim, é com ela que eu cozinho, dou banho nos meninos e preparo a nossa comida", relatou.
Segundo o coronel Marcelo Pellense, coordenador do programa no Rio Grande do Norte, em 113 municípios do estado caminhões foram contratados para levar água aos desassistidos pela seca. "Toda a água que o Exército fornece é potável, vem da própria Caern e é apropriada para o consumo. Nas cidades em que a Caern não tem de onde tirar água, são os municípios que indicam os mananciais. A cada 30 dias, as prefeituras precisam nos enviar relatórios de análise da qualidade da água", ressaltou o oficial.
De acordo com o coronel Josenildo Acioli, coordenador da Defesa Civil no Rio Grande do Norte, o estado mantém caminhões-pipa em 24 municípios que não fazem parte da lista dos 113 que já são assistidos pelo Exército. Segundo ele, a água oferecida à população também é apropriada para o consumo.
Ainda de acordo com Acioli, a água que é fornecida gratuitamente para essas 24 cidades (incluindo João Dias, Pilões e São Francisco do Oeste) pode acabar. Para evitar que isso ocorra – uma vez que só há recursos para garantir o fornecimento até o fim de janeiro de 2014 – o órgão está apelando ao governo federal.
"Protocolamos em outubro, junto à Secretaria Nacional da Defesa Social, um pedido de mais recursos. Ainda não tivemos resposta, mas precisamos prorrogar nosso programa de atendimento por pelo menos mais seis meses. Para isso, são necessários R$ 9,2 milhões", afirmou Acioli.
Tive dor de barriga, diarreia. Fui bater no posto de saúde. Lá em casa todo mundo adoeceu"
Ana Santana,
dona de casa
'Tive dor de barriga, diarreia'
Ana Santana contou que certa vez, sem dinheiro para comprar água potável, precisou beber a água que apanhou no chafariz. "Tive dor de barriga, diarreia. Fui bater no posto de saúde. Lá em casa, todo mundo adoeceu", disse a dona de casa.
Aldo Dantas deixou de ser marceneiro para trabalhar como entregador de água (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Aldo Dantas deixou o trabalho de marceneiro para
fazer entrega de água 
Como entregador de água, sou meu próprio patrão e ganho R$ 800 livres de desconto"
Aldo Dantas,
ex-marceneiro
Apesar da situação caótica, há quem lucre com a falta d'água. Aldo Dantas, de 35 anos, trabalha desde a adolescência como marceneiro. Porém, faz dois anos que trocou de profissão. "Com madeira, eu trabalhava para os outros e ganhava um salário mínimo. Com os descontos, ficava com uns R$ 500 para passar o mês. Agora, como entregador de água, sou meu próprio patrão e ganho R$ 800 livres de desconto", revelou.
Aldo diz que não faltam clientes na cidade. O único gasto é abastecer sua motocicleta. Ao veículo, ele adaptou um reboque para puxar uma carroça que leva um galão com 240 litros de água, que ele diz ser de Natal e comprado de um atravessador. "É boa, quase mineral. Se a entrega for aqui na cidade mesmo, custa R$ 18. Se for na zona rural, mais afastada, cobro R$ 23", contou.
Ipueira
Em Ipueira, cidade que também fica no Seridó potiguar, os problemas com a falta d'água se repetem. O colapso no abastecimento levou a prefeitura a instituir um "cartão vale água". Com ele, cada residência tem direito a 120 litros de água potável por semana. O controle passou a vigorar há três meses e já virou caso de polícia. Osawa Brasil, servidor público que controla a distribuição de água potável, já foi ameaçado de levar uma surra por um morador.
Ipueira está com colapso no abastecimento desde agosto. A Caern diz que o abastecimento só será normalizado quando tiver capacidade de retirar água das barragens da região.
São José do Seridó
Quatro quilômetros é a distância que separa a população de São José do Seridó do sonho de acabar com a constante falta d'água. A tubulação do novo sistema adutor da cidade era para ter sido entregue no dia 19 de novembro do ano passado, mas um erro no projeto atrasou a conclusão da obra. Segundo a Caern, o novo sistema de captação, adução, tratamento e reservação do sistema de abastecimento de São José deve ser concluído em setembro de 2014.
Placa na entrada da cidade de São José do Seridó, RN, mostra que obra de adutora já deveria ter sido concluída (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Placa na entrada da cidade mostra que obra tinha
que estar concluída 
A Caern explicou que, durante a execução do projeto, a empresa contratada observou que a geologia do solo, bastante rochoso, impedia o andamento do plano original. Por isso, em setembro, a obra foi suspensa para uma readequação. As modificações foram enviadas à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), responsável pela análise e liberação dos recursos, em novembro do ano passado.
Essa readequação vai custar R$ 400 mil a mais na obra. "Originalmente, os recursos tinham a ordem de R$ 2,7 milhões, e com a readequação foram para R$ 3,1 milhões, tendo sido executado R$ 1 milhão na construção de uma adutora por gravidade, que está hoje 70% concluída. O dinheiro a ser liberado será usado para finalizar essa adutora e, ainda, a execução de dois reservatórios elevados, uma Estação de Tratamento de Esgotos e uma adutora por recalque", diz a Caern em nota emitida por sua assessoria de imprensa.
Adutoras, barragens, cisternas e dessalinizadores
A assessoria de comunicação do governo do estado informou que a governadora Rosalba Ciarlini preside o Comitê Gestor de Avaliação e de Combate à Seca, que semanalmente se reúne para monitorar a execução das ações estratégicas realizadas com o apoio das secretarias estaduais, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Dentro das ações, está a construção de mais de 700 quilômetros de adutoras, 3.400 barragens submersas e 17 mil cisternas, além da recuperação de 60 dessalinizadores e da perfuração de mais de 200 poços em vários municípios.
A comunicação do governo citou como exemplo um incremento de mais 22 quilômetros de adutora. A perfuração de outros 12 poços no Sistema Adutor Monsenhor Expedito deve passar a fornecer, nos próximos meses, uma oferta de 750 metros cúbicos a mais de água por hora, um aumento de aproximadamente 50% na produção, que deverá beneficiar mais de 240 mil pessoas em 30 municípios da região central e agreste do Rio Grande do Norte.

Quando entrar em operação, a adutora Monsenhor Expedito deve fornecer 2.200 metros cúbicos de água por hora, dobrando sua capacidade. A previsão é que neste mês a obra inicie sua fase de testes e seja inaugurada em janeiro de 2014.
No dia 28 de novembro, foi publicada no Diário Oficial da União a transferência de R$ 13,5 milhões do governo federal para o estado poder contratar obras da adutora de engate rápido em Pau dos Ferros, na região oeste. Com a publicação, o governo afirmou que será iniciado o processo de contratação da empresa que vai realizar as obras da adutora em caráter emergencial. "Os recursos serão liberados pelo Ministério da Integração, através da Defesa Civil Nacional, para uma conta específica da Defesa Civil Estadual, que é vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc)", diz a assessoria do Caern.
"Pelo projeto, a captação da água será na cidade de Itaú, a partir da adutora do alto oeste, do subsistema Santa Cruz-Apodi. A adutora, que terá 43 quilômetros de extensão, levará água até o município de Pau dos Ferros, beneficiando diretamente 28 mil pessoas residentes na cidade e indiretamente 200 mil pessoas dos municípios vizinhos, que também usufruem da água de Pau dos Ferros", acrescentou a assessoria.
Ozawa Brasil mostra dessalinizador que a prefeitura de Ipueira, RN, ganhou para tratar a água que é servida à população    (Foto: Anderson Barbosa/G1)Ozawa Brasil mostra dessalinizador que a prefeitura de Ipueira ganhou para tratar a água que é servida à população 


Barragem de Passagem das Traíras, em São José do Seridó, RN, tem orbas atrasadas para construção de adutora (Foto: Anderson Barbosa/G1)Barragem de Passagem das Traíras, em São José do Seridó, RN, tem orbas atrasadas para construção de adutora 

Quatro quilômetros. Essa é a distância que separa a população de São José do Seridó do sonho de acabar com a constante falta d'água. Os quatro mil metros de tubulação do novo sistema adutor da cidade eram para ter sido entregues no dia 19 de novembro passado, mas um erro no projeto atrasou a conclusão da obra. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), o novo sistema de captação, adução, tratamento e reservação do sistema de abastecimento de água da de São José deve ser concluído em setembro do próximo ano.

Enquanto aguardam pela adutora, os moradores de São José do Seridó atravessam um colapso no abastecimento d'água. "Nós dependemos exclusivamente da chuva para acabar com esse sofrimento. Quando chove, tem vida. Quando passamos por uma estiagem como a atual, apenas sobrevivemos", disse o agricultor José Sabino de Medeiros Filho, de 49 anos.
Seu Sabino mora no assentamento Caatinga Grande, zona rural de São José do Seridó, cidade distante 280 quilômetros de Natal. Enquanto aguarda a chuva ou a conclusão da adutora, o agricultor contabiliza prejuízos e perdas. "Para você ter uma ideia, tudo o que plantei no ano passado e nesse ano eu perdi. Isso porque, sem água, o feijão, o sorgo e o milho que plantei não vingaram. Para piorar, perdi três vaquinhas e quatro ovelhas, que morreram de sede", lamentou.
MAPA SECA RIO GRANDE DO NORTE (2/12) (Foto: Editoria de Arte/G1)
A situação só não foi pior para Sabino porque, ao perceber que que o quadro da seca estava se agravando, ele decidiu vender parte dos animais que tinha. "Me desfiz de algumas cabeças para poder ter dinheiro para comprar ração e água para os outros que ficaram. Mas tenho fé em Deus que isso irá se resolver em breve".
A água que abastece o assentamento Caatinga Grande vem de carros-pipa. Essa água serve para para os afazeres da casa. Já a água de beber dos cerca de 350 moradores é proveniente de um dessalinizador doado pelo programa Água Doce, do Ministério do Meio Ambiente.
José Sabino de Medeiros Filho, de 49 anos, perdeu boa parte da criação de gado em São José do Seridó, RN (Foto: Anderson Barbosa/G1)
José Sabino de Medeiros Filho, de 49 anos, perdeu
parte da criação 

A adutora de São José do Seridó vai retirar água da barragem Passagem das Traíras, que fica no município vizinho de Caicó. Sem ser beneficiada pela obra, a aposentada Maria Lucidez de Araújo, de 62 anos, não sofre tanto com o colapso no município. Isso porque o sítio dela fica a menos de um quilômetro da barragem. "Cansado de esperar pela adutora, meu marido resolveu construir um sistema para retirar água da barragem e abastecer nossa casa. Foi a única forma que ele encontrou para não morrermos de sede", contou.
Mesmo assim, a água é pouca e, sem tratamento, não serve para consumo humano. "A água serve apenas para cuidar dos poucos animais que temos, para algumas plantinhas e para cuidar da casa. A vida é sofrida para quem mora aqui. Já pensei em me mudar para a cidade grande, mas meu marido diz que nasceu aqui e que quer morrer aqui, cuidado da terrinha dele".
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Até as crianças de São José do Seridó, RN, precisam carregar água   (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Até as crianças d precisam carregar água 

São José do Seridó é uma das nove cidades potiguares que atualmente estão com colapso no abastecimento d'água. Durante três dias,  percorremos mais de 1.200 quilômetros de estradas de terra e asfalto para ver quais são as dificuldades enfrentadas pelos moradores de São José do Seridó e também de Ipueira, Carnaúba dos Dantas, Equador, Antônio Martins, Água Nova, João Dias, Pilões e São Francisco do Oeste. Além da morte de animais e da destruição de lavouras, foi possível ver que os moradores travam uma luta diária pela própria sobrevivência, em busca de água potável.
A obra da adutora em São José do Seridó foi iniciada em 19 de novembro de 2012 e tinha prazo de exatamente um ano para ser concluída. Segundo a Caern, durante sua execução, a empresa contratada observou que a geologia do solo (bastante rochoso) impedia o andamento do projeto original. Por isso, em setembro passado, a obra foi suspensa para uma readequação do projeto. As modificações foram enviadas à Funasa, responsável pela análise e liberação dos recursos, em novembro passado.
Maria Lucidez de Araújo, de 62 anos, teme ter de deixar a comunidade onde mora por causa da seca que atinge São José do Seridó, RN (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Maria Lucidez de Araújo, de 62 anos, teme ter de
deixar a comunidade onde mora por causa da
seca 

Essa readequação irá custar R$ 400 mil a mais na obra. "Originalmente, os recursos tinham a ordem de R$ 2,7 milhões, e com a readequação foi para R$ 3,1 milhões, tendo sido executado R$ 1 milhão na construção de uma adutora por gravidade, que está hoje 70% concluída. O dinheiro a ser liberado será utilizado para finalizar esta adutora (quatro quilômetros) e, ainda, a execução de dois reservatórios elevados, uma Estação de Tratamento de Esgotos e uma adutora por recalque", diz nota emitida ao G1 pela assessoria de imprensa da Caern.
A Caern diz ainda que alterou o material a ser utilizado para os reservatórios, aumentando a resistência, o que vai garantir uma maior durabilidade dos reservatórios. Ainda de acordo com a Companhia, a previsão é de que a Funasa libere até janeiro próximo o valor restante necessário para concluir a obra. O superintendente da Funasa, Antonio Barbosa, rebateu a informação da Caern e afirmou que os recursos estão disponíveis desde 2011 e já foram liberados 40% do valor total da obra, mas não foram executados 40% da obra. “Quando eles executarem 40% da obra nós liberamos a segunda parcela”, disse.
Placa na entrada da cidade de São José do Seridó, RN, mostra que obra de adutora já deveria ter sido concluída (Foto: Anderson Barbosa/G1)Placa na entrada da cidade de São José do Seridó mostra que obra de adutora já deveria ter sido concluida.


Atenção toda matéria foi transcrita do G1/RN e fotos de Anderson Barbosa

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