segunda-feira, 28 de abril de 2014


28/04/2014 

Policial tenta defender irmã de assalto a padaria em Natal, é baleado e morre

Ilfran André Tavares de Araújo, de 51 anos, levou dois tiros na cabeça.
Assalto aconteceu na noite deste domingo (27); Criminosos são procurados.

Ilfran André Tavares de Araújo (Foto: Arquivo da família)
Policial Civil Ilfran André Tavares de Araújo
(Foto: Arquivo da família)
Um policial civil morreu na noite deste domingo (27) após ser baleado durante uma tentativa de assalto em uma padaria no bairro de Petrópolis, na zona Leste de Natal. Segundo a polícia, Ilfran Tavares de Araújo, de 51 anos, levou dois tiros na cabeça ao tentar defender a irmã dele, que fazia compras no estabalecimento.
Ilfran e a irmã estavam na Panificadora La Via Pane quando dois homens em uma motocicleta chegaram até o local e anunciaram o assalto.
Um deles ficou no caixa, enquanto o segundo foi para o interior da loja, rendendo a irmã do policial. Ilfran tentou intervir e não percebeu a presença do segundo suspeito.

O policial foi levado para o Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, mas não resistiu aos ferimentos. Ilfran trabalhava na Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos (DAV), que fica no bairro da Ribeira, e estava perto da aposentadoria.
Após o crime, os suspeitos fugiram. Ainda não há informações se eles conseguiram levar alguma quantia da padaria.
Policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar chegaram a fazer diligências na região, mas não encontraram os criminosos.
PM foi à padaria assaltada, mas não encontrou os criminosos (Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi)
PM foi à padaria assaltada, mas não encontrou os criminosos 




Suspeito foi espancado até a morte

Caso aconteceu na noite deste sábado (26) no Bairro Nordeste.
Vítima não foi identificada. 'Justiça com as próprias mãos é crime', diz PM.


Suspeito foi morto na avenida Felizardo Moura, no Bairro Nordeste (Foto: Flávio Muniz/Inter TV Cabugi)
Suspeito foi morto na Av. Felizardo Moura, no Bairro
Nordeste
Um homem suspeito de ter roubado um aparelho celular foi espancado até a morte na noite deste sábado (26) no Bairro Nordeste, na zona Oeste de Natal. Segundo a Polícia Militar, ele foi vítima de 'justiceiros' na rua Felizardo Moura por volta das 20h. O corpo foi levado para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) e permanece sem identificação.
Nem a PM nem a Polícia Civil sabem dizer se este é o primeiro caso no Rio Grande do Norte em que a chamada 'justiça com as próprias mãos' termina em morte. 'Em nosso relatório consta apenas que ele teria assaltado alguém. Então foi pego por populares, espancado e morto”, confirmou o comandante geral da PM, coronel Francisco Araújo Silva.
A Polícia Civil também trata o caso como sendo a vítima morta por espancamento após cometer um assalto. O homicídio foi registrado na Delegacia de Plantão da zona Sul da cidade. O crime será investigado pela 7ª Delegacia de Polícia Civil.
 O comandante lembrou que é crime fazer justiça com as próprias mãos. "Quem foi flagrado numa situação dessa será preso. Qualquer pessoa do povo pode deter um criminoso e tem o dever de chamar a polícia. Mas, jamais, deve punir ou querer fazer justiça com as próprias mãos", afirmou.

Casos recentes
A Polícia Militar do Rio Grande do Norte tem registros recentes de casos de justiceiros. Nos dias 8 e 9 deste mês, dois homens foram presos após tentativas de assalto na zona Leste de Natal. Segundo a PM, em ambos os casos os suspeitos foram rendidos pela população e foram agredidos antes da chegada dos policiais.
O primeiro aconteceu no bairro da Ribeira. Um homem esperava pelo ônibus na Rodoviária Velha quando um pedinte o abordou querendo dinheiro. Após receber a negativa, o suspeito mostrou uma tesoura e anunciou o assalto. O suspeito tentou levar o celular da vítima, que reagiu. Após trocarem socos, a população ajudou a render o pedinte. O homem foi amarrado até a chegada dos policiais e depois encaminhado para a Delegacia de Plantão da zona Norte de Natal.
O segundo caso aconteceu no bairro do Alecrim. A PM informou que o suspeito entrou em uma loja de carros e tentava roubar aparelhos de som quando foi surpreendido por um funcionário. O homem ainda tentou agredir o funcionário, mas foi detido por vigias. Ao tentar fugir, o suspeito foi agredido com socos e chutes.

Mulheres levam tapas e chutes 

No dia 26 de março, duas mulheres foram detidas e agredidas no meio da rua, em plena luz do dia, em um dos redutos comerciais de maior movimento da cidade de Parnamirim, na Grande Natal. As imagens foram gravadas pelo estudante Esdras Araújo, de 18 anos.
Segundo o estudante, as mulheres foram detidas por seguranças de uma loja após terem roubado o celular de uma adolescente. No vídeo, é possível ver as suspeitas sentadas no chão, cercadas por várias pessoas. Elas são xingadas e agredidas fisicamente com tapas e chutes. Em contato com o 1º e 2º distritos da Polícia Civil de Parnamirim, mas não houve registros de queixa do roubo ou das agressões sofridas pelas suspeitas.
Amarrado e espancado
No dia 19 de março, um homem suspeito de ter assaltado mulheres teve as mãos amarradas e foi espancado por moradores de Capim Macio, bairro que fica nas proximidades do viaduto de Ponta Negra, na zona Sul de Natal. Mesmo imobilizado, ele continuou apanhando até a chegada da polícia

Testemunhas disseram que o homem assaltou duas mulheres e na fuga foi pego por comerciantes. O suspeito estava com um revólver e vários celulares. Ainda de acordo com relatos, demorou cerca de 30 minutos para que o carro da PM chegasse ao local e levasse o suspeito à delegacia.

Suspeito foi amarrado e agredido pelos moradores da vizinhança em São José de Mipibu, na Grande Natal (Foto: José Aldenir)Suspeito foi amarrado e agredido por moradores
Bateram na pessoa errada
No dia 11 de março, um pedreiro foi confundido com um assaltante e foi amarrado e espancado por moradores de São José de Mipibu, na Grande Natal. "Bateram na pessoa errada", confirma o major Wellington Camilo da Silva, comandante interino do 3º Batalhão da PM.
O major contou que o ladrão, que havia arrombado uma casa, usava uma camisa da mesma cor e marca que o pedreiro. "A população não aguenta mais a impunidade. Isso é muito perigoso. Desta vez pegaram a pessoa errada. Ele teve muita sorte. Os vigias de rua impediram algo pior", acrescentou.
Muito machucado, o pedreiro foi levado para o hospital e orientado a registrar um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, o que não aconteceu.
Golpes de capacete
No dia 10 de março, 'justiceiros' agrediram a socos, chutes, tapas e golpes de capacete três adolescentes suspeitos de terem participado do roubo de um carro no Tirol, um dos bairros mais nobres de Natal. Toda a ação foi registrada por um morador de um prédio que pediu para não ser identificado (veja o vídeo ao lado). Os menores foram levados à delegacia, mas segundo a Polícia Militar, tiveram de ser liberados porque não havia provas do crime. Sem queixa, os agressores não foram presos.
O vídeo foi gravado em um telefone celular. Do alto de um prédio, as imagens mostram quando os menores foram abordados na esquina da avenida Prudente de Morais com a rua Ceará-Mirim, que fica a duas quadras do Quartel Geral da Polícia Militar. Os três aparecem encostados na parede de uma casa com as pernas abertas e mãos para o alto. Os menores levam tapas, socos e chutes. Um deles é agredido na cabela com um capacete. O vídeo também mostra a chegada de um carro da polícia, mas logo em seguida a gravação é interrompida.
Marcelo Felipe de Assis foi espancado nesta quarta, em Natal (Foto: Sérgio Costa/Portal BO)Marcelo Felipe de Assis foi espancado em Natal
Lição para refletir
No dia 5 de março, a vítima da ira da população foi Marcelo Felipe de Assis, de 30 anos. Ele foi espancado por moradores do conjunto Pajuçara, na zona Norte da capital, ao ser pego saindo de uma casa com objetos furtados. "Servirá como lição para que eu possa refletir sobre minha vida no crime", disse em depoimento.
Marcelo admitiu que é condenado por furto, que respondia pelo crime no regime aberto, mas que deixou de se apresentar à unidade prisional em que cumpria pena com medo de inimigos.
Disse também que é usuário de drogas há seis anos e que roubava para manter o vício. Ele foi autuado da Delegacia de Plantão da zona Sul de Natal e reconduzido à prisão.
10 minutos de violência
No dia 19 de fevereiro, moradores do conjunto Parque dos Coqueiros, na zona Norte da capital, espancaram um homem suspeito de ter roubado R$ 30 do caixa de uma padaria. De acordo com populares, ele tentou escapar quando foi surpreendido por duas vítimas que estavam no estabelecimento. Depois disso, o homem foi amarrado e várias pessoas o agrediram por mais de 10 minutos. O espancamento foi filmado e as imagens colocadas na internet. No fim da gravação, o jovem desmaia. O autor da filmagem liberou a publicação sob a condição de não ser identificado. A polícia afirmou que não vai investigar as agressões porque não houve denúncia.



28/04/2014

Lula, o rei do besteirol, diz em Portugal que não houve mensalão


Em Portugal, Lula mostra a língua para os fatos
Em Portugal, Lula mostra a língua para os fatos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu na sexta uma entrevista à TV portuguesa RTP, que foi ao ar no sábado (leia post na home). Mesmo para quem está acostumado a despropósitos; mesmo para quem já disse que não haveria problemas de poluição na Terra se o planeta fosse quadrado; mesmo para quem anunciou que cruzaria o Atlântico para chegar aos Estados Unidos; mesmo para quem já afirmou, na presença do então presidente americano, George W. Bush, e das respectivas primeiras-damas, que pretendia encontrar o “ponto G” da relação entre os dois países; mesmo para quem já chamou Muamar Kadhafi de “irmão”; mesmo para quem já disse que, na Venezuela, “há democracia até demais”; mesmo para quem já recomendou a Obama que copiasse o nosso SUS; mesmo para quem já comparou a luta por democracia no Irã à reação de descontentamento de uma torcida quando seu time perde o jogo; mesmo para quem já fez pouco caso da eleição de um presidente negro nos EUA, afirmando que quer ver é a eleição de um operário; mesmo para quem já afirmou que o Bolsa Família deixava o povo preguiçoso (antes de ele próprio se fingir de dono do Bolsa Família); mesmo, em suma, para quem é autor de uma impressionante coleção de besteiras, a verdade é que Lula, na entrevista à TV portuguesa, se excedeu, foi além da conta, num misto de cinismo, de estupidez e de falta de apreço pela verdade.
Segundo Lula, “o mensalão teve 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica”. Mais: disse achar que “não houve mensalão”. Afirmou que não ficaria debatendo decisão da Suprema Corte e anunciou pela undécima vez que “essa história vai ser recontada”. Para ele, tudo não passou de uma tentativa malsucedida “de destruir o PT”. Então vamos ver.
Não houve uma só condenação sem provas no processo do mensalão, como todo mundo sabe. Só três dos ministros que condenaram mensaleiros — Celso de Mello, Marco Aurélio e Gilmar Mendes — não foram indicados para a Corte ou pelo próprio Lula ou por Dilma. O ex-presidente e seu partido, portanto, não podem nem mesmo se dizer vítimas de uma “tribunal formado por adversários”. O homem que falava era aquele que teve a publicidade da campanha paga no exterior, em moeda estrangeira, numa conta que o marqueteiro Duda Mendonça mantinha fora do país. Origem do dinheiro? Ninguém sabe. Em duas operações, ficou claro que o Banco do Brasil, por intermédio do fundo Visanet, foi lesado em R$ 76 milhões. Mais do que evidências de pagamento, houve as confissões. O próprio então presidente chegou a dizer em 2005 que houvera sido traído.
É verdade que uma nova história está sendo contada. Pelos petistas. E não passa de uma coleção vergonhosa de mentiras, omissões, mistificações, distorções — escolham aí o substantivo. Prefiram todos. O mais espetacular, e os portugueses não têm obrigação de saber disso, é que um inquérito, aberto pela Polícia Federal, investiga a participação do próprio Lula no mensalão. Foi aberto a pedido do Ministério Público Federal em abril do ano passado. E o caso diz respeito justamente a… Portugal.
O então presidente do Brasil  teria intermediado a obtenção de um repasse de R$ 7 milhões de uma fornecedora da Portugal Telecom para o PT, por meio de publicitários ligados ao partido. Os recursos teriam sido usados para quitar dívidas eleitorais dos petistas. De acordo com Marcos Valério, operador do mensalão, Lula intercedeu pessoalmente junto a Miguel Horta, que era o presidente da companhia portuguesa, para pedir os recursos. As informações eram desconhecidas até 2012, quando Valério — já condenado — resolveu contar parte do que havia omitido até então. Isso significa que o homem que concedeu a entrevista ainda pode vir a se tornar um réu do mensalão.
Lula exibiu outra característica notável de sua personalidade política — coisa que, até hoje, o deputado André Vargas, por exemplo, agora sem partido, ainda não entendeu. No PT, o chefão máximo é sempre inocente. Queimam-se fusíveis para preservar Lula de uma descarga elétrica fatal. Indagado sobre a sua proximidade com os mensaleiros presos, não teve dúvida: “Não se trata de gente da minha confiança”. Entenderam?
Mais: Lula repetiu à TV portuguesa uma concepção de honestidade já muitas vezes revelada por ele próprio aqui no Brasil. Prestem atenção!, “O importante é que, quando uma pessoa é decente e honesta, as pessoas enxergam é nos olhos. Não adianta dizer que o Lula pratica qualquer ato ilícito porque o povo me conhece”.
Com isso, o ex-presidente está a afirmar que existe no Brasil a categoria dos homens inimputáveis, daqueles que serão sempre inocentes, mesmo que sejam culpados. E, obviamente, ele é próprio é um exemplar dessa espécie superior. Assim, não importa o que o homem público faça ou deixe fazer. O que interessa é essa relação de confiança olhos-nos-olhos. Se a população decidir que é inocente, inocente é. É o fim da picada. Já seria uma coisa estúpida porque esse tipo de comportamento permitiria, claro!, que muito bandido passasse por inocente. Afinal, quem disse que o olho revela o criminoso? Mas pode acontecer algo ainda pior: um inocente que não caia nas graças do povo — ou que caia em desgraça — também poderia ser considerado culpado sem ser, certo? Corolário da máxima luliana: ele e seus amigos são sempre inocentes, mesmo quando são culpados; seus adversários são sempre culpados, mesmo quando são inocentes.
Lula também, note-se, está vivendo em outro país; está fora da realidade. Para espanto dos fatos, afirmou: “Acho engraçado algumas revistas estrangeiras dizerem que o Brasil não está bem. Em se tratando de responsabilidade fiscal e de macroeconomia, não tem nenhum país melhor do que o Brasil. O milagre econômico vai se manter, e o Brasil vai continuar crescendo”.
Até a ideia de um “milagre econômico”, o petista copia da ditadura, não bastasse o ufanismo tosco que o PT passou a incentivar. O país tem uma das mais altas taxas de juros do mundo e também um dos menores crescimentos do mundo para países na sua faixa. O déficit nas contas externas no primeiro trimestre é o maior desde 1970: US$ 25 bilhões. O déficit projetado no ano é de US$ 80 bilhões, que deve ser o segundo maior do planeta. Um dos graves problemas do país é justamente a balança comercial. No ano passado, o resultado negativo do setor industrial ficou na casa dos US$ 105 bilhões. Não fosse o agronegócio, com um superávit de mais de US$ 80 bilhões, o país estaria lascado. Segundo Lula, no entanto, nada há no mundo como o Brasil.
Ufanismo tosco, megalomania e desapreço pela verdade. Até agora, convenham, ele tem tudo para achar que essa fórmula dá certo, não é mesmo? Parece, no entanto, que camadas crescentes da população começam a se dar conta do engodo.


Neymar e Daniel Alves contra o racismo


O que faz esta foto de Neymar, ao lado de seu filho, comendo uma banana? Explico.
neymar_banana
Está de parabéns o jogador brasileiro Daniel Alves, do Barcelona. E não apenas porque é um atleta muito competente. Aos 30 minutos do segundo tempo, quando o time enfrentava o Villarrreal, um torcedor jogou ontem uma banana no campo, em direção a Daniel, que é negro — de fato, ele é mestiço ou o que o IBGE define como pardo.
Daniel tinha três atitudes e tomou a melhor: ignorar o ato; mostrar-se ofendido, indignado, ferido, o que certamente deixaria satisfeito o imbecil que jogou a banana; reagir com o bom humor superior, submetendo o agressor ao ridículo. E foi o que ele fez. Abaixou-se, pegou a banana e… comeu. No Twitter, ainda brincou, assim:
Daniel Alves Twitter
No dia 30 de março, uma casca de banana foi atirada no gramado do estádio Cornella El Prat, do Espanyol, na vitória do Barcelona sobre o time da casa por 1 a 0. Segundo a imprensa espanhola, os alvos seriam Neymar e, mais uma vez, Daniel.
Por falar em Neymar, ele também fez a coisa certa. Publicou uma foto no Instagram, comendo uma banana, ao lado do filho. Aquela que vocês veem lá no alto. O garotinho segura uma banana de pelúcia. Fez circular ainda a seguinte mensagem:

“SOMOS TODOS IGUAIS, SOMOS TODOS MACACOS. RACISMO NÃO!!!!! É uma vergonha que, em 2014, exista o preconceito. Tá na hora da gente dizer um chega pra isso! A forma de me expressar para ajudar que um dia isso acabe de uma vez por todas é fazer como o @danid2ois fez hj !! Se vc pensa assim também, tire uma foto comendo uma banana e vamos usar o que eles tem contra a gente a nosso favor. #somostodosmacacos #weareallmonkeys #somostodosmonos #totssommonos” “

Como se vê, há hashtag em português, inglês, espanhol e catalão.
Esses rapazes, que não se querem pensadores profundos — são mesmo é bons de bola, graças a Deus — são mais sábios do que alguns intelectuais do miolo mole. É claro que acho que manifestações racistas, quando flagradas, têm de ser punidas. Mas a histeria politicamente correta só alimenta os idiotas. O racismo tem, sim, de ser combatido. Mas, acima de tudo, tem de ser submetido ao ridículo.
Nesse caso, o bom humor e a altivez são muito mais eficientes. Enquanto esse tipo de comportamento gerar reações histéricas, mais os cretinos se sentirão estimulados. 



28/04/2014
Indecorosa entrevista de Lula sobre mensalão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece ser adepto da máxima “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Em entrevista indecorosa à TV portuguesa RTP, publicada neste domingo no site da emissora, Lula — a quem caberia defender no exterior as instituições brasileiras, fosse ele estadista e não chefe de partido — desqualificou o trabalho do Supremo Tribunal Federal e afirmou que as condenações do julgamento do mensalão foram, em sua maioria, políticas e não jurídicas.
“O que eu acho é que não houve mensalão. Eu também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Eu só acho que essa história vai ser recontada. É apenas uma questão de tempo, e essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade”, afirmou o ex-presidente. “O tempo vai se encarregar de provar que no mensalão você teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica.”
Àquilo que Lula “acha” se contrapõem as provas das 5 000 páginas dos autos do mensalão. São documentos, perícias e testemunhos que demonstram que em seu governo instituiu-se um grande esquema de compra de apoio parlamentar. Num tribunal formado majoritariamente por ministros indicados pelo próprio Lula e por sua sucessora, Dilma Rousseff, as evidências foram tidas como suficientes para mandar para a cadeia algumas figuras centrais de seu partido — mesmo depois de esgotadas todas as instâncias de recurso previstas pela legislação.
O ex-presidente, aliás, tratou de se dissociar, de maneira desleal, dos mensaleiros que o ajudaram a fundar o Partido dos Trabalhadores, nos anos 1980, e a conquistar o mais alto posto da República, em 2002. Ele afirmou que embora haja “companheiros do PT presos, não se trata de gente da sua confiança”.
Um desses companheiros é José Dirceu, que chefiou a primeira campanha eleitoral de Lula e depois, no primeiro ano de seu mandato, exerceu o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão e passa seus dias atualmente no presídio da Papuda, em Brasília.
Outro companheiro é José Genoíno, igualmente fundador do PT. Ele ocupou a presidência do partido entre 2002 e 2005 — a era do mensalão, e um momento em que Lula exercia hegemonia absoluta sobre as engrenagens 






28/04/2014
Racha inédito na história do PT na disputa do poder

dilma x lula

A presidente Dilma Rousseff enfrenta um momento inédito de fragilidade. Além de ter problemas na economia, como o crescimento baixo, a inflação persistente e o desmantelamento do setor elétrico, ela perdeu apoio popular e força para barrar, no Congresso, iniciativas capazes de desgastá-la. A aprovação ao governo caiu a um nível que, segundo os especialistas, ameaça a reeleição. Partidos aliados suspenderam as negociações para apoiá-la na corrida eleitoral. Já os oposicionistas conseguiram na Justiça o direito de instalar uma CPI para investigar exclusivamente a Petrobras. Acuada, Dilma precisa mais do que nunca da ajuda do PT, mas essa ajuda lhe é negada. Aproveitando-se da conjuntura desfavorável à mandatária, poderosas alas petistas pregam a candidatura de Lula ao Planalto e conspiram contra a presidente. O objetivo é claro: retomar poderes e orçamentos que foram retirados delas pela própria Dilma. A seis meses da eleição, o PT está rachado entre lulistas e dilmistas — e, para os companheiros mais pragmáticos, essa divisão, e não os rivais Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), representa a maior ameaça ao projeto de poder do partido.
Com carreira política construída na resistência à ditadura militar e posteriormente no PDT, Dilma nunca teve alma petista. Ao assumir a Presidência, ela herdou boa parte da cúpula do governo Lula, como ministros, dirigentes de estatais e até a então chefe do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha. O governo era de continuidade mesmo nos nomes escalados para comandar o país. O plano de Dilma era dar uma feição própria à sua gestão de forma gradativa, reduzindo a influência do antecessor ao longo do tempo. Antonio Palocci, seu primeiro chefe da Casa Civil, ilustrou a estratégia: “No primeiro ano de mandato, será um governo Lula-Dilma. No segundo, um governo Dilma-Lula. No terceiro, será Dilma-Dilma”. Esse cronograma, no entanto, foi atropelado pelos fatos. Já em 2011 a presidente foi obrigada a demitir seis ministros acusados de corrupção e tráfico de influência — quatro deles egressos do governo anterior. Dilma se mostrava intransigente com os malfeitos, ao contrário de Lula, acostumado a defender políticos pilhados em irregularidades. Com a chamada faxina ética, ela atingiu recordes de popularidade e conseguiu força para tirar das mãos de notórios esquemas partidários setores estratégicos da administração. Nem mesmo o PT foi poupado nessa ofensiva.
O partido perdeu terreno em fundos de pensão e na Petrobras, que teve sua diretoria reformulada em 2012. A faxina ética era acompanhada da profissionalização da gestão. Com essas mudanças, muitos petistas estrelados, como o mensaleiro preso José Dirceu, perderam influência. Havia um distanciamento crescente entre a presidente e a engrenagem partidária, mas Lula mantinha o PT unido e silencioso. Ele alegava que a “mídia conservadora” — ao exaltar as demissões promovidas pela sucessora, com o intuito claro de atacá-lo — ajudava Dilma a conquistar eleitores que historicamente tinham aversão ao PT. Ou seja: a comparação entre os dois beneficiava o partido. Se alguns petistas registravam prejuízos em casos isolados, o conjunto estava sendo fortalecido. Esse discurso manteve a companheirada sob controle até 2013, quando a popularidade da presidente despencou devido à inflação e às manifestações populares de junho. Petistas, então, passaram a criticar Dilma, conspirar contra ela no Congresso e defender a candidatura de Lula. A cizânia interna se desenhava, mas ainda era incipiente e restrita aos bastidores. Esse dique foi rompido pelo escândalo da Petrobras.
Hoje, o PT testemunha uma batalha pública e cruenta entre a soldadesca dos dois presidentes. Palocci não previu, mas o último ano de mandato também tem seu epíteto: governo Dilma versus Lula.



Vaticano

Papa Francisco proclama João Paulo II e João XXIII santos

Cerimônia contou com a presença do papa emérito Bento XVI; foi a primeira vez na história que um papa em exercício e um papa emérito celebraram uma missa juntos em público

Missa de canonização de João Paulo II e João XXIII
Papa Francisco saúda o papa emérito Bento XVI antes da missa de canonização de João Paulo II e João XXIII - Osservatore Romano/Reuters
O papa Francisco proclamou neste domingo a canonização de seus antecessores João Paulo II e João XXIII diante mais de 800 000 pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, numa cerimônia sem precedentes que ganhou peso histórico ainda maior com a presença do papa emérito Bento XVI.
Foi a primeira vez na história que um papa em exercício e um papa emérito celebraram uma missa juntos em público. A presença de Bento XVI reforçou a mensagem de união da Igreja Católica que Francisco pretendeu transmitir com a canonização simultânea de João Paulo II e João XXIII.

Recitando em latim, Francisco disse que, após deliberações, consultas e orações pela divina providência, "declaramos e definimos que os abençoados João XXIII e João Paulo II sejam santos e os incluímos entre os santos, decretando que eles devem ser venerados como tais por toda a Igreja". A declaração foi recebida com aplausos da multidão que lotou a Praça de São Pedro.
O Ministério do Interior da Itália havia previsto que em torno de 1 milhão de pessoas assistiriam à missa de canonização na Praça de São Pedro, nas ruas dos arredores e em outras "piazzas" nas cercanias, onde foram instaladas telas gigantes de TV para a transmissão da cerimônia.
Reis, rainha, presidentes e primeiros-ministros de mais de 90 países assistiram à missa. Também participaram da cerimônia cerca de 20 líderes judaicos dos EUA, Israel, Itália, Argentina e Polônia, em sinal de reconhecimento dos avanços feitos nas relações entre católicos e judeus durante as administrações de João XXIII e João Paulo II e na dos sucessores que celebraram a canonização de ambos.
A rede mundial de televisão católica EWTN exibiu  ao vivo os atos para todo o mundo por meio de um portal especialmente criado para a celebração.

João Paulo II – O primeiro milagre de João Paulo II, que o tornou beato em maio de 2011, refere-se à cura do Parkinson da freira francesa Marie Simon-Pierre. O segundo, o caso de Floribeth Díaz, foi reconhecido em junho do ano passado.
Primeiro pontífice não italiano desde a escolha do holandês Adriano VI, em 1522, Karol Wojtyla nasceu em 1920 em Wadowice, no sul da Polônia, em uma família humilde. Foi nomeado bispo titular de Ombi, na Polônia, auxiliar da arquidiocese da Cracóvia em 1958, arcebispo da mesma cidade em 1963 e cardeal em 1967. Após a morte repentina do papa João Paulo I, Wojtyla foi eleito sucessor e adotou o nome João Paulo II em homenagem ao antecessor, que ficou apenas um mês no comando da Igreja Católica. Aos 58 anos, tornou-se o pontífice mais jovem do século XX. Foi entronizado em 22 de outubro de 1978 e se transformou em uma das personalidades mais emblemáticas das últimas décadas, com influência tanto entre os fiéis católicos como na geopolítica mundial.

1970 – Cardeal Karol Wojtyla em Czestochowa, Polônia 1970 – Cardeal Karol Wojtyla em Czestochowa, Polônia - Wojtek Laski/Getty Images

João Paulo II foi um papa muito político. Para vários analistas, ele teve atuação decisiva nos processos de fim da União Soviética e queda da Cortina de Ferro. Um exemplo disso foi sua viagem à Polônia em junho de 1979, a viagem mais importante de todo o seu pontificado. A presença do pontífice propiciou que seu povo, pela primeira vez em quase quarenta anos, manifestasse abertamente seu descontentamento com o autoritarismo político, a estagnação econômica e a inércia social a que estavam submetidos. A histórica peregrinação teve o efeito de catalisar o processo de esfacelamento do regime comunista.
O fato de o papa ser protagonista no processo de desestabilização dos regimes do Leste Europeu fez com que surgissem teorias conspiracionistas a respeito do atentado na Praça São Pedro, em 1981. Muitos desconfiaram de que o turco Ali Agca disparou contra João Paulo II a mando dos soviéticos. Agca afirmou ter agido por decisão própria. Posteriormente, recebeu o perdão do papa.
Durante seu pontificado, João Paulo II realizou mais de 1.300 beatificações, entre elas a do papa Pio IX, e 482 canonizações, incluindo a de Juan Diego, primeiro indígena da América Latina a ser proclamado santo. Conhecido como o ‘pontífice peregrino’, João Paulo II viajou pelo mundo ao encontro de seu rebanho, visitando mais países do que qualquer antecessor, e atingiu em outubro de 1995 um curioso recorde: passou de um milhão de quilômetros percorridos.
O pontífice morreu em 2 de abril de 2005 no Palácio do Vaticano e foi enterrado em 8 de abril na cripta da Basílica de São Pedro, a poucos metros do túmulo do apóstolo. Seu corpo lá permaneceu até 1º de maio de 2011, data de sua beatificação, quando foi levado à capela de São Sebastião, no templo vaticano.
João XXIII – Conhecido como o "papa bom", João XXIII inaugurou em 1959 o Concílio Vaticano II, o grande marco da reforma litúrgica e da atualização doutrinal da Igreja. Dada a sua importância para a renovação da Igreja, Francisco dispensou a necessidade de um segundo milagre para torná-lo santo. Desta forma, ele será canonizado tendo comprovado apenas um milagre: a cura da irmã italiana Caterina Capitani, na década de 60. A religiosa sofria de uma úlcera gravíssima.
Filho de lavradores, Angelo Giuseppe Roncalli nasceu em 25 de novembro de 1881 em Sotto il Monte, na comuna de Bergamo, no Norte da Itália. Roncalli foi eleito papa em 28 de outubro de 1958 para o lugar de Pio XII. Sua contribuição fundamental para a Igreja Católica foi a convocação do concílio, três meses depois do início de seu pontificado. Ele convocou os bispos para promover a adaptação da Igreja aos novos tempos e decidir a forma de transmitir a mensagem de Deus com uma linguagem mais compreensível para todos. As decisões mudaram a forma com que os católicos se relacionavam com a Igreja, como a adaptação da liturgia, o que deu espaço para que as missas passagem a ser celebradas nas línguas vernáculas em vez do latim. A assembleia religiosa terminou em 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI (1963-1978), com dezesseis documentos aprovados.

1958 - Papa João XXIII, concede a benção aos fiéis na Praça de São Pedro logo após ser coroado pontífice da Igreja Católica
1958 - Papa João XXIII, concede a benção aos fiéis na Praça de São Pedro logo após ser coroado pontífice da Igreja Católica  - AP






Conversa interceptada pela PF em fevereiro está em relatório da Operação Lava-Jato

Youssef é investigado pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. Foto: Divulgação
Youssef é investigado pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. Foto: Divulgação
A Polícia Federal transcreveu no relatório da Operação Lava-Jato uma troca de mensagens considerada “romântica” entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA). A conversa foi reproduzida pelo jornalista Felipe Patury em sua coluna no site da revista Época. A interceptação ocorreu às 8h33 do dia 28 de fevereiro deste ano.
Confira abaixo a transcrição na íntegra, conforme aparece no relatório da PF:
Argôlo: Bom dia.
Youssef: Bom dia.
Argôlo: Você sabe que tenho um carinho por vc e é muito especial.
Youssef: Eu idem.
Argôlo: Queria ter falado isso ontem. Acabei não falando. Te amo.
Youssef: Eu amo você também. Muitoooooooooo<3
Argôlo: Sinto isso. E aí já melhorou?? Melhorou???
Argôlo: Por favor me diga alguma coisa.



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